25/12/2009

O tempo.

O tempo todo, temos escolhas. Quem escolher ser majestade não tem como aprender a deixar de ser vitrine. Quem escolher ser celebridade não tem como escolher fugir de ser notícia. Quem escolher ser ele mesmo, não tem como se mascarar. Quem escolher o "ter" e o "mostrar que tem" não tem como "ser" de verdade. É rota sem retorno, você preferir a festa de gala ao invés de sua festa familiar. Desperdício de um tempo que jamais voltará, se dedicar a vida social, sem contudo, doar seu tempo à vida espiritual, de corpo e alma. Ter tempo para todos os flashes possíveis. Não ter tempo para ser voluntário em trabalho social.
Quem já viveu de limpador de chaminé, sabe qual é a jornada, para ser coroado rei de algum território, mas "só" quem já limpou mesmo, mesmo a chaminé.
A vitória é só de quem luta, desde cedo, pois uma herança não remete a esforço próprio, existirá sempre o terceiro, de onde veio a tua bonança, se esta não tiver sido conquistada com o suor do teu corpo. O mesmo suor que você ferve seu juvenil e belo corpo, enquanto todo mundo te sorri porque és afortunado, repleto de pessoas em volta e brilha, será o mesmo suor que sairá do teu corpo quando este estiver murcho, senil e quase sem vida, em uma cama de hospital, e você, sozinho, porque já não tem mais o "viço" social que alguns precisam para estar do teu lado.
É fácil abrir mão, de onde você dorme, porque tem outros amigos que te dão abrigo, é fácil abrir mão da companhia de seus ascendentes, porque tem outros eventos para frequentar.
Hoje, a vida gira em torno de você, de seu "status" social e de suas novidades aos olhos de muitos. E quando você não for mais novidade? E quando a festa acabar? E quando a vida continuar? Quem é que vai estar do teu lado, se precisar tomar sopa e não conseguir segurar colher sozinho por alguma razão? Se tiver enfermidade duradoura, quem te cuidará? Quem vai te dar ombro e colo para você chorar alguma perda ou algum fracasso? Não será quem monta o seu palco, no qual deslumbrantes passos você dá, ao som mais energizante do momento. Será aquela pessoa, que cantou para você dormir, que te enlaçou nos braços quando estava sem sono, e te embalou até você se aconchegar, a sua mãe...a mesma que fica sem dormir quando você está triste e percebe sempre o que se passa contigo, a mesma que chora na sua ausência, quando parte em busca, nem você sabe do que, sem nem a certeza que voltará.
Quem vai fazer curativos em suas dores quando você estiver mais maduro? Época, em que nem sempre você terá atenção, senão o pai que te protege, ainda que distante e em pensamento? Mesmo que, este seja aquele, que você acha ultrapassado, seja pelo o que ouve ou como se comporta contigo.
O tempo, preciosa areia fina que se esvaie entre nossos dedos. A vida passa muito rápido, se diz, quando é mais jovem, então aproveite tudo como se não tivesse amanhã. Mas por favor, antes de mais nada: aproveite TODOS como se estivessem com os dias de vida contados. Nunca se sabe, quando você vai perder presencialmente, a pessoa ou as pessoas mais importantes de sua vida: quem justamente te proporcionou viver.
Cresça e apareça: os seus ascendentes estarão sempre orando por você, mesmo sem você perceber ou valorizar isto.
O dilema está ai: só vai notar isto, quando tiver a mesma condição que eles: um filho, uma alma novilha que dependa de você. E que ele venha logo, e te desperte algo que ainda não tem.
Feliz Natal.

10/12/2009

Nocaute positivo.

Uma conversa honesta sem reservas, constituída de palavras verdadeiras pode mudar o rumo de muitas situações. Pode acalmar alguém, pode desfazer mal entendidos.
Uma conversa honesta pode ao invés de roubar momentos, trazê-los furtivamente à tona e colorir o teu dia.
Uma conversa, honesta, só acontece se o interlocutor for verdadeiro e o ouvinte também.
Honestidade só acontece se um dos dois der o primeiro passo, sem esperar vencedor. Se se contentarem com o empate.
Uma conversa honesta, só acontece: se quem disser estiver pronto para continuar o assunto, sem receios de "rounds" e bater de gongos.
Hoje tive uma pequena conversa honesta. Que me restaurou um pouco o brio, a fé.
Porque no fundo, eu sempre acredito no melhor das pessoas. E custava a crer no pior de você.
No fundo eu estava certa o tempo todo: você é e sempre foi uma pessoa muito honesta comigo.
Ponto para você campeão! Verdadeiro nocaute!
Por estas e outras, que tenho alguma inspiração...

08/12/2009

No seu ano novo...

Que neste ano novo, seu coração acalme e encontre a paz que sua alma precisa, que ao caminhar, traçe passos tão tranquilos quanto uma brisa, mas ao mesmo tempo, tão firmes quando um obelisco e que, enquanto caminhes, tenhas tempo de olhar ao redor e notar que não estás só.
Que se acaso tropeçar, a queda seja amortecida pela certeza de que, tens apoio de quem te preza, e que este é confortador. Se houver queda, que seja pequena, e esquecida, quando ver o quanto ainda tem pela frente.
Que na tua jornada lembre de tuas origens e dos sinceros amigos.
Que nas tuas paradas do trajeto, tenhas tempo de admirar o belo e puro que presenciar e quando tiver suas necessidade mais íntimas, estejas preparado para priorizá-las sabiamente, sem se perder no caminho e sem contudo, refutá-las.
Que ao dormir, dê graças pelos seus entes familiares, que diretamente são a causa do que tu és hoje.
Que ao acordar, vislumbre dias prósperos, lembre-se quem és e o que queres.
Que se dê oportunidade de contar comigo, sem reservas.

23/11/2009

Sem cera.


A palavra SINCERA foi inventada pelos romanos. Eles fabricavam certos vasos de uma cera especial.Essa cera era, às vezes, tão pura e perfeita que os vasos se tornavam transparentes.Em alguns casos, chegava-se a distinguir um objeto – um colar, uma pulseira ou um dado -, que estivesse colocado no interior do vaso.Para o vaso assim, fino e límpido, dizia o romano vaidoso:- Como é lindo !!! Parece até que não tem cera!!! “Sine cera ” queria dizer “sem cera”, uma qualidade de vaso perfeito, finíssimo, delicado, que deixava ver através de suas paredes e da antiga cerâmica romana. Pense nas pessoas que usam desculpas para encobrir a culpa que sentem por determinado comportamento têm. Pensem na hipocrisia.
Quando você age conforme o que te vem na cabeça, e faz "o que te dá na telha" ou o que aumenta sua diversão, mesmo que temporária, a prerrogativa de decisão é tua.
Não invente desculpas para sentir o que sente, para querer o que quer ou para ser quem é, e ter as atitudes que tiver com os outros.
Somos todos filhos de Deus, mas não somos Deus. Ele é um ser superior dotado de ampla capacidade de discernimento, compaixão e sabedoria, e nós, somos Seus filhos, mas obviamente, de energia e alma inferior a Ele. Não podemos nos vestir de Deus, Ele não nos ensinou a julgar os semelhantes com diferenças, só porque as crenças reliogiosas são distintas.
É triste: o adulto que não quer mais levar o noivado adiante, mas por ausência de coragem, não é sincero com o par, e por trás dele, inventa todo o tipo de desculpas possíveis, colocando a culpa no outro, do fracasso, quando na realidade, não há fracasso algum, o que realmente existe, é que se descobriu não mais querer a pessoa como companheiro.
É triste, o adulto casado, que se envolve, com o adulto solteiro, solta seus desejos mais íntimos para ele, e depois por medo absurdo disto vir à tona, e estragar seu casamento perfeito de "n" anos, inventa a desculpa de que, o demônio está rondando sua vida, e que a pessoa pela qual se envolveu, mexe com forças ocultas que estariam visitando-o! (Eu pergunto, se, na hora de se expor intimamente a sós, não era ele quem estava lá, e se era "um ser do mal disfarçado de humano"!)
É triste, o amigo de infância, que recomeça contato com outro, troca idéias, pessoalmente, virtualmente, e por telefone, e depois fala para este amigo sem maiores explicações: "melhor conversamos só por email para não perdermos o contato!" Estamos no século da tecnologia, da sabedoria, da busca pelo eu maior, e estas coisas ainda acontecem.
É triste a hipocrisia: "não te amo, não consigo esquecer meu ex, não te quero mais, você é tacanho, jeca, não sabe se vestir, você é tédio, você não tem assunto, é lento, não me leva as alturas quando estamos sós, mas quando descubro que você meses depois, de não estar comigo saiu com uma amiga, eu me sinto "traída" por vocês (e o melhor de tudo é que quando você descobre você está namorando outro até!).
"Seremos amigos para sempre, você não é mulher para brincar", podíamos mesmo era ir no cinema - você ouve, e nunca mais, o autor destas palavras, te procura, aliás, te esnoba, a bem da verdade, e ai você descobre, que este homem ficou contigo e com mais três pessoas de seu convívio na mesma época. (A única diferença é que para elas ele não se declarou apaixonado.)
Desculpas e mais desculpas, que pessoas sem coragem para enxergar os próprios erros, os próprios percalços, colocam nos outros. Para se protegerem, é mais fácil se esconder do que assumir culpa pelos seus atos. Fale a real: "não tô afim de compromisso e nunca estive", "não te amo mais para casar", "não quero mais ser sua namorada, penso em outro", "não quero mais me envolver contigo, sou casado (a)", "não quero mais ser seu amigo por isto ou aquilo".
Assumir culpa é olhar para dentro de si, e voltar a se entender contigo mesmo. E isto realmente é algo grandioso, melhor do que encobrir, é ENCARAR de frente, a realidade, e trava auto-análises para ser uma pessoa melhor no planeta. Ainda que isto custe admitir que pegou pesado, que errou, que machuca o outro com sua atitude, e que principalmente, vai contra você mesmo.
É, quem só arruma desculpas o tempo todo para se justificar, para ser como é, na verdade está causando mal a si próprio.
E por mais que Deus exista (e existe mesmo!) há também o livre arbítrio. Dele, somos cúmplices, dele não nos separamos. E com ele, que agimos no planeta para nosso bem ou para nosso mal.
O importante é fazer uso dele, da forma mais consciente possível.
Quem ganha ou perde quando você fala ou não a verdade, é você mesmo.
Existem outros comportamentos e atitudes, que não caberiam aqui, que são dotados de transferência de culpa ou de desculpas. Pense nisto. Somos livres espiritualmente, para ser quem somos, quem escolhemos. Sem máscaras. Tire a sua. Não dói, nem tem contra-indicação.
É muito melhor para você.
Eu prefiro ser sem cera o maior tempo possível.

17/11/2009

Não é só porque é você.

Se todos fossem iguais, não haveria movimento sísmico intelectual que originasse a criatividade mental.Se todos tivessem mesmos defeitos, honras e prudência, a teoria do caos cairia por terra.Se o planeta fosse um solo de almas idênticas, de corpos unicamente siameses, porque existiriam as uniões e matrimônios? E como ficaria a perpetuação da espécie?Seria como casar comigo mesmo, gerar eu mesmo e ter eu mesmo de filho ou ser pai de mim mesmo. Ou quem sabe irmão."Não é só porque é você", diz um slogan que li.Ora, se eu não fizer a diferença, quem a fará? O outro? Mas se cada ser, não tiver o seu valor único e personalizado, seremos todos seres iguais, impassíveis e, portanto, medonhos, idênticos e tediosos? Então não é "vero" que existe a lei da atração e que existem pessoas que se completam ou que os opostos se atraem. Pois se não for só porque sou eu, em algum momento importante da minha vida, como terei importância na vida de outro semelhante? Para que o "RG"? Todas as identidades se anulariam, de tão idênticas e comuns que fossem.Se qualquer ser humano acreditar que não faz a diferença, porque, para o outro que o vê, ele pode ser qualquer um, seja lá como agir, e causar absolutamente "nada" em qualquer pessoa, nunca mais teremos novos pensamentos, novos insights e novas descobertas no mundo. E conseqüentemente, teremos menos conflitos, portanto menos discussões, e se menos discussões, o motor das idéias vai estagnar... E tudo será sempre igual, para sempre até que todos nós nos tornemos únicos, chatos, sem graças, sem louvores, sem aspirações.Acredito nas diferenças, respeito as diferenças, de pensamento, de sexo, de raça, de torcidas de times, de gosto de cores, de predileção por sabores, por pessoas, locais para se viver. Se não fosse assim, eu degustaria qualquer vinho em qualquer copo com qualquer pessoa que estivesse por perto, e não com aquela que mantém meu sorriso naturalmente, de um jeito só dela. Se não fosse assim, eu olharia as pessoas como olharia uma parede em branco, sem nada a acrescentar ou apresentar.Melhor ainda, um homem olharia uma mulher como olha para o guarda chuva, para um pingüim, e jogaria tênis como se jogasse roleta ou poker.Se não houvesse a necessidade de cada alma fazer a diferença, ela não viria marcada pelo invólucro físico de sua impressão digital. As linhas das mãos de uma pessoa, contam quem ela foi, quem ela é e quem ela será. Compare a sua palma da mão com qualquer outra pessoa. Olhe bem de perto. Nota que as linhas de sua mão são diferentes da que você comparou? Nota, que, as duas mãos de uma mesma pessoa, têm traços diferentes e personalizados?Como posso eu crer que não é só porque eu sou eu, que sou percebida, como ser pensante, como coração que lateja dor ou amor e como espírito livre?Discordo, aqui jaz um equívoco existencial!.Sim, é só porque sou eu, que eu tenho meu próprio passo, que pode ou não ser notado, e não porque eu sou mais uma a caminhar.Sim, é porque é meu o abraço que envolve, a pessoa que escuta e acalma, quando um coração partido por outro, tem a imensa vontade de um colo perfeito para aconchego, amigo, presente.Cada um é impar de si mesmo. Cada um faz a diferença na vida do outro.Sim, é porque sou só eu, que escrevo, que dito, que anuncio, que comento, meu ponto de vista do jeito que é, sem hipocrisia de copiar, colar ou dissimular, mas com intenção única de criar a dúvida, porque por detrás de toda a dolorosa questão não respondida mora uma certeza muito real, mesmo que se lute contra ela.É exatamente, porque sou eu a fazer você ler e ranger os dentes, ou ler e se exasperar, ou ler e ir dormir, como se tudo fosse normal de se dizer, e tudo o que se viveu fosse surreal demais para compreender pela mente como algo simples.E que bom, que é só porque sou eu, que alguém ainda tem vontade de me escutar, de me compreender e de compartilhar comigo o que se passa em sua mente e coração.Porque Deus, que me criou assim: como eu sou. Ele criou a cada um, diferente do outro, justamente para dar uma lição de perpetuação de espécies diferentes, no MESMO planeta.E é sim, porque sou eu, que você me lê, até o final destas linhas, que mesmo entre soluços interiores, tenho força de escrever. Pois, eu escrevo, porque é justamente, para VOCÊ.Tenha um excelente viver.

15/11/2009

Você existe?

Quero ver o sol de manhã, e olhar para o lado e ver o brilho dele nos teus olhos.
Quero fechar os meus, e mesmo assim, visualizar seu sorriso encantador que me alegrará.
Quero ser chamada de "minha" ao acordar.
Quero que você se encaixe em mim, e que em êxtase, murmure algo só nosso.
Quero ouvir sua voz, ao telefone ou pessoalmente, e gostar disto.
Quero contar contigo, quando eu precisar de colo, de cinema, ou de flores, não necessariamente na mesma ordem.
Quero que conte comigo, quando em apuro estiver, desde o pequeno até o maior problema, se precisar de apoio.
Quero saber, que não estou sozinha, no meu momento de glória, ou de carência.
Quero dividir conhecimentos, conversas fiadas e confissões, na mesma intensidade,contigo.
Quero que me enxergues, como a mulher que você levaria sem medo, a conhecer seu parentesco.
Quero sair para um dia duro de trabalho, e saber que em algum momento de descanso, você está por perto e que isto será bom afinal.
Quero deixar você enlouquecido de prazer, acordado, ou com insônia, por meus feitos sedutores, e depois, quero te abraçar, até dormirmos.
Quero que quando esteja entre seus amigos, algo te faça lembrar de mim, e você, ressalte minhas qualidades, e minimize meus defeitos, como eu faria contigo.
Quero ouvir a música que vai lembrar nós dois.
Quero te receber, em casa, com aquele sorriso que só você vai entender, e deixar, para ficar contigo, algo para bem depois.
Quero andar de mãos dadas na praia, e sentir as ondas baixinhas em nossos pés.
Quero que, quando chover, se estivermos juntos, e for no verão, que inventemos algo para nos entreter, até passar. E que se for no inverno, façamos o mesmo...
Quero odiar dias sem notícias suas, e valorizar quando estivermos juntos, todo o nosso tempo disponível.
Quero escrever bilhetes e recebê-los, também, de você.
Quero pensar no futuro, do seu lado, como cúmplice, amante, amigo e companheiro de jornada.
Quero dar passos largos na minha vida, considerando sua presença.
Quero descobrir, que viver com sua companhia, me fará bem.
Apenas preciso, saber: você existe?

09/11/2009

O guerreiro encantador.

Conheci um jovem deste século, que sorri com simplicidade sem malícia, mas traz sedução nos olhos quando quer.
Conheci um jovem cheio de ideais, de luta, como um trabalhador qualquer, mas bem criado e educado, como um filho de alta sociedade.
Conheci um jovem, maduro, esperto, mas que tem humor infantil, quase inocente.
Conheci um jovem astuto e perspicaz, mas que por vezes não atina o bem que ele faz.
Conheci um jovem belo e vigoroso, que pode também, ficar exausto, mesmo jovem.
Conheci um jovem profissional multi tarefas, que anseia um lugar ao sol na escala da conquista, mas que consegue começar do zero, se preciso for.
Conheci um jovem aventureiro, mas sentimental com sua família, especialmente sua "mama".
Conheci um homem espetacular, mas que vira criança, quando desejar.
Conheci um pioneiro, mas que não tem medo de seguir em frente, mesmo se cambalear.
Conheci uma inteligência precoce, e pensamentos de otimismo em mente tão jovem.
Conheci um lutador forte, mas sem armaduras contra as sutis ternuras femininas.
Conheci um detalhista visual, mas pessoa discreta e silenciosa.
Conheci um estilo novo de vida, mas à moda antiga.
Conheci um ser de contos de fadas, mas que é felizmente, real.
Conheci um corpo que faz bem aos olhos, mas conheci uma alma nutritiva afinal.
Conheci um homem, um ancião, um jovem, um menino e talvez um amigo, mas que é um amante sensacional.
Conheci uma floresta de emoções quando este homem me sorri.
Percebi, que o homem não é só guerreiro.
Ele é mensageiro de muitas alegrias.
Ele é alguém, encantador.

Enxergar

Enxergar é saber ver a realidade como se apresenta.
Mas também é observar o que está fisicamente ao redor.
Enxergar é ter uma percepção mais aguçada sem ouvir confirmações.
Mas também é pausadamente, ouvir a voz do coração.
Enxergar é pensar no que a razão te diz.
Mas enxergar, por vezes, é ver com o coração.
Enxergar não é ver como você quer.
Mas poder discernir o bom do ruim, para você.
Aprendo hoje a enxergar. A observar melhor.
Aprendi que ver é quase tudo, mas sentir é um bem maior.
Ver pelo seu prisma é melhor para você.
Mas não enxergar o que o outro sente, te é pior.
Que eu consiga se diferente, que eu observe lá dentro das pessoas.
E que eu não enxergue só o que eu quero ver. Que eu não me engane à toa.
Que eu enxergue as pessoas como elas são.
E que seja possível, me verem como eu sou.
Porque quem realmente não tem nada a esconder, se deixa ver.

03/11/2009

Dias felizes.

A questão é: passar dias felizes mesmo que nem tanto alegre, porque quando se tem amigos de verdade, você não está só. Obviamente, se tem fé, vai notar que Ele, lá de cima ou em todos os cantos onde se encontrar, jamais te abandonará. Mas, o fato de ter amigos, companheiros, não só de festas e diversão, mas também nas horas onde tudo o que precisa é um empurrão, uma mão a te puxar para cima ou indicar o caminho, isto, sem dúvida, faz tua vida ter uma cor diferente, valoriza quem tu és.
Hoje, dia de Sol, em Santos, de volta de um feriado bem aproveitado e memorável, quero agradecer algumas amigas que estão por perto, sem obviamente, desfazer de todas as outras pessoas importantes, não citadas agora:
Rosimeire, que com seu discernimento, bom coração, me coloca de volta no caminho da razão.
Claudia Andrea, que com sua jovialidade, fé, e travessura, me coloca ora no caminho da diversão e das boas risadas, ora no caminho reflexivo emocional, quando me perco.
Eliane, que com sua extrema alegria, é uma pessoa contagiante, e não me deixa de fora, de momentos, que eu possa continuar espairecendo, quando mais preciso, no caso de eu me sentir menor do que eu sou...e ai então, me fazer sentir realmente grande.
Lia, que com seu carisma, seu romantismo e suas palavras exacerbadas, me coloca de volta à Terra, embora embarque comigo (só às vezes) em momentos de intensa paixão apolonia e graças a ela, tive registro de momentos importantes, mesmo que pequeninos.
Luciene, que com seu ar protetor, seu instinto maternal, me certifica que eu não estou só, que posso sempre contar com a ajuda, desta turma de mulheres, tão fortes e especiais.
Que o Pai lá de cima, tome conta de todas nós, e que, a cada primavera que passe, estejamos uma por perto da outra, porque quem tem amigas como vocês, está muito bem acompanhado e certamente, será presenteado, com dias cada vez mais felizes.
E até porque, na nossa senidade, teremos algo para dar risada e nos orgulharmos...

28/10/2009

Expectativa e angústia.

Faço questão de registrar, contribuição de minha grande amiga, meu ícone, Dra. Cláudia Andrea (texto recebido, ao qual não sei no momento, atribuir os devidos créditos, pois não sei o autor):
"Segundo alguns filósofos contemporâneos, a EXPECTATIVA é um foco com uma vibração que permite o recebimento daquilo no qual estamos focado. Temos EXPECTATIVAS por coisas, desejadas ou indesejadas. Quando ela é desejada, o sentimento gerado, a seguir, é o prazer, a satisfação, ou como muitos dizem, o de missão cumprida. Todos nós somos movidos por metas e essas só são alcançadas quando focamos nelas e daí nasce a EXPECTATIVA.
Todos nós, com raras exceções, estamos em busca dos resultados que visem o crescimento espiritual, moral e material. Criamos EXPECTATIVAS diante das nossas ações que visam alcançar os nossos desideratos. Focamos no trabalho, nos clientes, nos amigos, na família, enfim, ungimos uma série de EXPECTATIVAS que, por vezes, acabam se tornando irreais.
Contudo, a vida nos coloca frente a frente com situações que acabam por nos angustiar, ou seja, quem não teve decepção com uma pessoa que "era" considerada um(a) grande amigo(a) e quando mais você precisou dele(a), lhe foi conferido um singular desprezo? Quem não se decepcionou com aquele cliente que acha que sabe tudo, que entende tudo, mas que no fundo é um Mestre em ignorância? Quem não se revoltou com a desconfiança sem precedentes? Quem não se deparou com pessoas que dizem adorar você, mas que sempre tomam atitudes que só tendem a lhe diminuir? Quem, do seu rol, já não lhe traiu em confiança, em respeito, em afeto, em credibilidade?
É óbvio que onde habita o ser humano honesto, também reside o desonesto. E quando falamos aqui em desonestidade, estamos relacionando a completa ausência de verdade para consigo mesmo e também com relação ao próximo. Existem - e são muitas - pessoas que não se respeitam e, neste sentido, jamais conseguirão respeitar o seu semelhante.
Isso tudo acaba gerando a inevitável e inconfundível ANGÚSTIA, que é a sensação psicológica, caracterizada por coisas não realizadas, insegurança, falta de humor, ressentimento e dor. Na moderna psiquiatria é considerada uma doença que pode produzir problemas psicossomáticos.
Aproveito esse momento para lhes passar o meu processo empírico, ou seja, neste ano de 2009 deparei com clientes que me geraram profunda ANGÚSTIA - em nada relacionada aos "ossos do ofício" -; deparei com alguns familiares que continuaram a me decepcionar, gerando inconformada e inseparável ANGÚSTIA; deparei com alguns "fictícios" amigos que só me ocasionaram inexplicável ANGÚSTIA e isso, conforme dito acima, gera, e no meu caso literalmente gerou, somatizações orgânicas - não sei ainda se por um tempo determinado ou por muito tempo. Nada grave, mas que exige cuidado para não agravar.
Em síntese, sugiro que vocês, meus diletos clientes e amigos, evitem criar EXPECTATIVAS com relação ao ser humano que lhe circunda, seja qual for o grau de importância que ele tenha na sua vida (mulher, filhos, amigos, parentes, clientes, etc). Não existindo EXPECTATIVA, a ANGÚSTIA (consequência) dificilmente aparecerá e, ato contínuo, seu organismo estará muito mais fortalecido para combater eventuais somatizações.
Há no mundo três espécies de seres humanos, O BURRO, O ESPERTO E O SÁBIO. O primeiro, apanha da vida e nunca aprende. O segundo apanha e aprende, não cometendo mais o mesmo equívoco. O terceiro, aprende com a surra que os outros levam.
"
Eu no momento, anseio em me tornar "o sábio". Quero esquecer as pessoas que me magoaram à toa, seja porque eu mesma abri espaço, seja porque elas o invadiram com falsas gentilezas momentâneas. O que aconteceu? Acordei. Acordei e vi que por mais que eu me doe, me dedique, algumas pessoas não querem isto, refutam. Não apreciam, desprezam. Não amam, só se excitam. Não são prezadas de real preocupação, e sim de egoísmo.
Porém, existes as exceções, pessoas do bem, homens e mulheres que querem o mesmo da vida: respeito, compreensão e amor.
Algumas delas, você pode encontrar não exatamente, na "balada", mas talvez, em um espaço de trabalho, em ambiente ao qual não espera. Em momento singular onde você esteja triste porque alguém te menosprezou, e ai você pode ouvir que aparenta uns seis anos a menos do que realmente tem. Ouvir algo deste tipo é pequeno, mas pode ser muito quando o seu eu interior, o seu ego, precisa de uma boa massagem. Eis a questão: para cada um que encontramos que nos tiram algo precioso e não devolvem, encontramos quem nos presenteia com simplicidade.

14/10/2009

Se minha vida fosse um livro...


O propósito deste selinho que eu ganhei da Felícia, é intitular a minha vida como se fosse um livro, acredito, que seria "O pequeno príncipe". Não tenho nada de princesa, o sentido mesmo, é que, na minha vida sempre existem as pessoas que me cativam, querendo ou não, direta ou indiretamente, e que por esta razão, tornam-se (mesmo sem saber) pessoas que são infinitamente responsáveis por mim. Alguns se tornam ícones, outros queridos. Outros vaga lembrança, e alguns bem marcantes. Gosto de pensar que poucos, são como a serpente que tenta ludibriar o menino do livro. Mas que, muitos, se arrependem de enganar-me, enfim. Não que eu seja de toda inocente, porém a princípio, sempre prefiro pensar que as pessoas que me cercam são dotadas de boa índole. Contudo, eu já sei, porque duramente aprendi, que não são. Agora, não é sempre, que eu consigo me proteger disto. E mesmo com a decepção de falsos amigos, amigas e porventura falsos amores, procuro minha estrela cadente e sigo viagem. É isto, o pequeno príncipe, que eu li a primeira vez ao sete anos, reli aos vinte e poucos, e provavelmente vou reler novamente qualquer dia. Somos eternamente responsáveis por aquele a quem cativamos. Fui um dia, responsável indiretamente, de vinte e poucos alunos, por isto, me escolheram paraninfa, então posso hoje dizer, que o título do livro também serve para mim, como cativante de alguém. Afinal de contas, o melhor da vida é isto, marcar positivamente a vida de alguém e igualmente ser marcado como tatuagem por alguém.

Meu selinho vai para o amigo Mago das Panelas. :)

Confissões.

Eu amo olhos negros. Gosto de olhar de frente. Gosto do cheiro da chuva no asfalto quente. Gosto do sol de verão em Santos. De catar conchas na orla. Gosto de ler até cansar. De todos os filmes de terror, bem de noite. Gosto de vinho tinto, mas adoro mais um Lambrusco. Gosto de ir ao cinema, mais do que alugar dvd´s. Gosto de pessoas inteligentes, me encantam quem tem muita estrutura mental e praticam isto...risos. Gosto do mar, quero aprender a velejar. Sinto falta do meu padrinho, meu avô materno. Sinto saudades de minha irmã caçula que está em Londres agora. Nos momentos difíceis, emocionais, o chocolate é um trunfo, e uma amiga ou amigo, sempre está comigo para me ouvir. Ou me ler. Gosto de números de telefone, decoro todos os que eu mais uso. Gosto de receber flores. Mas adoro presentear quem eu tenho apreço. Gosto de mergulhar, mas ainda não aprendi a nadar, pois é um dos medos ainda para superar. O outro é de perder a liberdade. Não gosto de cantar, porque não sou muito fã da minha voz, embora em alguns eventos, com videokê eu cante...risos. Amo pizza em qualquer uma das vinte e quatro horas do dia. Gosto de fazer amigos, e me esforço para conservá-los. Gosto de pessoas sinceras, abomino a hiprocrisia. Sou anti-tabagista. Sou canhota. Sou insone. Gosto de estar perto do meu pai e ouvir o que ele tem a dizer, mesmo que eu nem sempre concorde. Gosto de ver meu irmão Antonio César dormindo e de me lembrar como ele era quando pequeno... Sinto falta de algumas pessoas com quem me relacionei e perdi contato, o Cássio, meu enteado durante onze anos, é de quem eu mais sinto a ausência (perdi contato depois de me separar do pai dele). Outras pessoas, que tenho saudade e não estão mais aqui são o amigo Victor Hugo, um super herói, o amigo Sérgio Luis e a professora Carmem Cely de Moura. Sinto falta também da Rosely Aguiar de Pinho Vieira, que está em Uchôa, em missão religiosa com o marido, sinto falta dos doces compartilhados, de subir o emissário em julho, e descer e mergulhar de roupa e tudo aos dez anos, com ela, e voltar para casa, trocar de roupa e assistir filme a noite, numa época que não existia vídeo nem dvd em casa...sinto falta dos amigos do T.U.B.O, e de ver o João Carlos, o "morto" no som da igreja São Judas Tadeu trabalhando e conversando comigo. Sinto falta de algumas conversas insones com o meu amigo Benjamim, de filosofar da vida com o amigo jornalista Ventura, o "Lex", até altas horas, sinto falta, de quando o meu irmão Antonio César era pequeno e dormia no mesmo sofá que eu, porque cabia...risos. Sinto falta às vezes, da companhia da minha sogra, Lilian, que tinha sempre uma frase de motivação para passar, e me passou muitas através de livros que me deu. Sinto falta de tomar café da manhã acompanhada do Walber, bem no começo, de uma época em que o casamento dava certo, mas também não sinto falta alguma, do período em que percebi que já não era mais, para ser, a convivência. Sinto falta do mentor Águia, que muito me ensinou na consultoria, da Arthur Andersen, e sinto falta da equipe de trabalho em Campinas, dos dias árduos e extensos de trabalho até tarde, quando do projeto de privatizaçã do CPqD da Telebrás.
Sinto falta de visitar mais o Orquidário em Santos. De meus primeiros alunos na Unimonte, de Hotelaria. Sinto falta do convívio com os coordenadores, especialmente do Pedro Andó, de uma época em que supervisionei o curso de Ciências Contábeis e dos ensinamentos do professor Márcio Paz Colmenero e da coordenação do Gerson Ribeiro Prando.
Sinto falta de andar na praia e catar conchas com meu pai, de poder subir em seus ombros por ser pequena e "leve". De assistir Flash Gordon com minha mãe, de rever os "Irmãos Cara de Pau I". Sinto muita falta de ir ao circo, pois amo tudo que tem a haver com ele. Sinto falta da turma da faculdade, do Rubens Artave, do Rogério Pereira Gambini, e de outros amigos de lá. Sinto falta das noites de sexta feira, esticadas no Carioca com o chopp em companhia do Prof. Ms. Pepe. Sinto falta das aulas do professor Ynel Alves de Camargo. Gostei de muitas coisas que vivi na época da faculdade. Mas gosto agora, do que vivo, do outro lado, como professora, apesar dos percalços.Pequenas confissões, partes de. São inúmeras mas não caberiam todas aqui.

13/10/2009

Viver a vida é fundamental.

Viver a vida é fundamental.
Muito se fala em mentalizar positivo em sua vida. Muito se prega em não se preocupar, e viver a "sua" vida e não a do outro. Perfeito.
Ocorre que a maioria das pessoas tem medo. Sim, pessoas, seres humanos de mais diversas idades, tipos físicos e colocação profissionais, têm medo. Medo do que? Se existiu um berço, uma educação familiar, escolar, uma referência, um ícone na vida de cada um?Medo de se expor e ser rídiculo em relacionamentos, muito pior, do que medo da prova, do concurso, de concorrer a vaga, de pular de pára-quedas ou de mergulhar noturno. Medo. Temer ansiosamente o futuro que o aguarda. Isto é se pré "ocupar", ocupar o tempo em algo que não conhece o resultado, que porventura não aconteceu, e que provavelmente não acontecerá tão ruim como se imagina, ou ao menos, o resultado pode ser um sucesso e não um fracasso como se "temia". Me indignam ainda, as pessoas que têm medo nesta parte por causa de outras, que talvez tenham passado em suas vidas e deixado marcas traumáticas negativas. Me indignam porque eu também já tive as pessoas marcantes negativas, e mesmo com o friozinho na barriga, na alma, por assim dizer, eu jamais neguei contato, jamais rotulei genericamente quem do meu convívio se tornasse. Sim, tenho os traumas, sim já usei terapia (e que excelente fase esta, de se descobrir com ajuda profissional!). Pois bem, nunca tive medo de viver, de me relacionar, de me conhecer melhor, ou ainda, de conhecer melhor as pessoas que me agradam, na real, quando me agradam procuro melhor saber tudo sobre elas. Especialmente se forem do sexo oposto, (risos) porque será?
Ter uma atitude de vencedor/vencedora. Acredito que isto que o maravilhoso Criador quer de nós. Aprendizado, crescimento, vida, aplicar o aprendizado, nem sempre aplicar e errar, aprender com os erros, seguir em frente. Fico sinceramente triste quando vejo uma situação de relacionamento onde tudo, à princípio corre bem, mas uma pessoa da dupla, do casal, por "medo de envolver-se" ou para "proteger o coração", "se preservar", ao invés de dar o passo seguinte natural em sua vida, retrocede. Isto é o famoso "pé atrás". Me pergunto: somos adultos ou não para lidar com nossas dores? Com nossos traumas? Até quando precisamos do colo do pai, da mãe ou de uma casca mentirosa protetora que somos sempre poderosos? Na verdade só mostramos na maioria das vezes, a bonita embalagem, a coragem, as certezas, os conselhos bons só para os amigos. Agora seguir nossos próprios? De nossas decisões tomadas a sós, lá no íntimo? Sabe? Seguir a primeira intuição? O dito primeiro feeling? Ah! Mas tenho medo, já sofri demais, por amigos falsos. Por falsos amores. Por "n" situações. E assim, talvez se perca a oportunidade de conhecer melhor uma pessoa bacana. Seja amor, seja companhia, seja amigo que pensa diferente de você. É assim: se quase morri afogada tenho pânico de água, todos têm que me entender e parar de querer que eu vá para a piscina...ótimo! Eu pergunto: nunca mais vou tomar banho? Nunca mais vou me molhar então? Vou sair correndo se não tiver abrigo quando chover porque a água caindo sobre o meu corpo pode me matar, me afogar?? Ora ora, faça-me o favor. Evidente que traumas são marcantes. Evidente que levam tempo para curar. Mas a questão é: eu quero me curar? Quero enfrentar meus medos de frente? Quero acabar com todos eles?
Não, não é fácil, pois primeiro de tudo ter medo de alguma coisa e admitir isto, é sinal de "fraqueza". Será? Não. Creio que o primeiro passo para enfrentar o medo é vê-lo de frente, estabelecer assim uma conversa de boteco com ele: "Uma cerveja, dois copos por favor". Coloque um copo para você e outro para servir seu medo. É, faça dele seu parceiro. Converse:
"Camarada é o seguinte: Você tem ficado tempo demais comigo, agora tá na hora de você seguir viagem, só que eu fico, correto?". Ele vai retrucar você, óbvio, vai querer te convencer que são parceiros, amigos há tanto tempo que não vai conseguir andar sem ele. Imagine. Vai sim. Deixa o teu medo partir depois do boteco. Deixa que ele se vá com prévio aviso, porque você antes de encontrar com ele no boteco, se encarou no espelho e viu de relance a coragem do seu lado. Mas o medo era tão próximo de você que ficou entre vocês e ela, a coragem, não conseguiu te encarar. Encare. Tenho medo disto, daquilo, daquilo outro, pense, anote, faça as projeções que tem que fazer dos prós e contras para resolver. Resolva, se for para pular de pára-quedas procure instrutor, se for para conhecer sua mente, uma terapia, se for trauma de idioma, procure o curso...e assim por diante. Putz! E se for medo de se relacionar? De se envolver com alguém de verdade? Bom, diz a Martha Medeiros que quem não quer se envolver que namore uma planta. Tenho que concordar com ela. Se eu fosse viver os meus medos todos que eu tenho sem enfrentá-los, não teria namorado mais depois dos quinze anos, não teria ficado noiva depois dos dezoito, não teria namorado de novo depois dos vinte e um, não teria me casado aos trinta, e não teria me separado antes de completar trinta e sete. Obviamente a receita não é igual para todos. Mas dando meu próprio exemplo, eu apenas quero deixar claro que, para cada fase da vida, existe sim algo a enfrentar. Existe sim, um medo para levar ao boteco. E existe a infinita possibilidade de também, ao levar seu medo para passear e se despedir dele, que a coragem que esteja ao seu lado te traga inúmeros momentos felizes para viver e recordar, ao lado de alguém que te acalme, te faça feliz e esteja contigo em todas as piores horas, não só nas festas...
Que todo trauma na vida de alguém não seja tão largo,tão forte e tão alto, que não se possa enxergar a coragem que carrega, ainda que esta seja anã.
Que a vida seja vivida e os problemas enfrentados um a um, com ou sem terapia, com ajuda de amigos, parentes ícones e com a sua própria porque a decisão no fundo é sempre a sua.
Que os seres humanos que nos cercam continuem fazendo parte de nossas vidas e que tenhamos capacidade de não despejá-los de nosso íntimo, quando notarmos que eles estão com uma chave do nosso pequeno coração, porque sinceramente, viver a vida é fundamental, e sozinhos não fazemos verão. Se sentirmos a falta de palavras para definir o que sentimos por determinada companhia, que não deixemos a companhia partir.
Sinceramente, amigos são para sempre até que os mesmos combinem nossos anseios. Mas uma pessoa mais cúmplice e mais especial junto conosco, é que nos motivam a fazer grandes feitos.
E se eu estiver louca, e se não for assim, vai valer a pena de qualquer jeito, porque defeito por defeito eu já me cansei dos meus, quero é aprender a conviver com os dos outros. E quando me proponho, até aprendo.
Agora, me dá licença, que estou "devendo" uma breja para meu medo antes de me matricular para a natação...
Boa sorte para todos nós.

22/09/2009

Fraco.

Ser fraco, é fazer papel adverso ao que se pretende mostrar.
Ser fraco, é ser covarde e não enfrentar de cara, a verdade.
Ser fraco, é se deixar levar por futilidades.
Ser fraco, é se conduzir, pelo mais fácil e mais cômodo.
Ser fraco, é não dar valor a quem se importa, não se importar, e por isto, perder.
Ser fraco, na real, é aprontar para alguém e não querer se desculpar.
Ser fraco, é ter a destreza de desencantar alguém especial.
Tanta fraqueza, seria mais apropriada a quem é na verdade, jovem e frágil, ainda.
Tanta fraqueza, não cabe confortavelmente, em homem feito.
Mas se é homem feito, onde está a mentalidade que deveria vir de brinde e acompanhar?
Peter pan, só em conto de fadas...e as fadas, ainda são mais dedicidas do que o fraco.
Até mesmo os anjos são mais maduros que o fraco, ainda que tão puros...
Infelizmente, o fracasso é mesmo o teu, e a prova viva deste evento, sou eu.
Não é a toa, que ser fraco é perder, pensa...o F é a sexta letra do alfabeto, nem em terceiro lugar está...enquanto o "C" de coragem vem primeiro, mas só permanece, se você assim deixar.
Quem nada faz, para consertar os erros, se arrepende amargamente, leve o tempo que levar.
Mas para se arrepender quando se erra, antes é preciso humildade para consentir que errou.
Que síntese: o perdedor é um soberbo enrustido, um ausente de coragem...

18/09/2009

Lembranças do Guarujá.

Era uma destas madrugadas insones, em que havia resolvido arrumar suas gavetas do escritório.
Se mudara há alguns meses, mas ainda pendentes, certas organizações de papéis.
Remexeu umas caixas em prateleiras, eis que um de seus livros tombou e caiu aberto no chão...o que fez com que o billhete aparecesse:
"TE BEIJARIA DOS PÉS A CABEÇA, SE ASSIM PERMITIDO....
SEM PRESSA, SEM RISCO, SEM TEMPO, SEM SER CONTIDO
FARIA VOCÊ VOAR E SEM DESTINO, SENTIR ALGO DIVINO,
COISA SEM TIPO, AMOR SEM PRÓLOGO, SENTIR SEM DESATINO
SÓ VOCÊ PRA MIM, SEM FIM, SEM ACABAR, SEM TEMPO PRA FECHAR....
ATÉ VOCÊ ME PEDIR PRA PARAR, EXAUSTA, CONTIDA,
SEM AR E SEM PRESSA...COM A BOCA SECA DE TANTO SENTIR E DE TANTO PEDIR."
Fechou os olhos e sorriu. E foi então que se lembrou dele, o amigo da escola primária, que muito admirava, o qual acompanhara o desempenho durante toda a infância e que, reencontrara anos depois, já adulto, em uma festa de casamento, no litoral de São Paulo.
Ela, usava o vestido elegante, azul royal. Ele, terno cinza chumbo, com risca de giz. Noite de sexta-feira, verão, casamento de amiga em comum, os dois conversavam animadamente.
Ele estava noivo, mas sua noiva se ausentara a trabalho. Ela, namorando, e o namorado por impedimento do tempo chuvoso nublado na estrada, decidira retornar e não comparecer a festa, pois era de outra cidade mais longe.
Cumprimentos após, trocavam lembranças infantis escolares. Eis que a festa chegava quase ao fim, e eles dediciram se despedir dos noivos. Ele cansado, tinha que pegar novamente a estrada a caminho de casa na capital paulistana. Ela, iria dormir na casa da praia, na mesma cidade onde se passava a festa, Guarujá.
"Porque você não dorme em casa, e vai de manhã, mais descansado, pegar a estrada após o café?" Sugeriu ela.
"Não gosto de incomodar", ele respondeu, "e depois, não vim preparado para dormir fora."
"Bobagem, pode usar as roupas do meu irmão, que tem o mesmo tamanho que você, e depois, amigos são para isto." Retrucou a moça cordialmente com um sorriso, o enlaçando pela cintura.
"Está bem, eu aceito, mas só se continuarmos nossa conversa com um café", por fim respondeu o rapaz.
E foi assim, noite adentro, após se instalarem na casa, que beirava a faixa de areia, onde das imensas janelas, era possível mirar as ondas do mar e escutar suas idas e vindas com som peculiar. Fluía a conversa sobre toda a infância, amigos, amores, dores, descobertas.
Estavam na sala do "home theater", sentados no chão, entre almofadas, quando o rapaz, pegou no sono, primeiro. Ela então, o conduziu lentamente até o bicama, e o deitou gentilmente, cobrindo-o com uma fina colcha e se retirou para seu quarto, mas não antes, de olhar bem no rosto adormecido do rapaz e fixar na memória aquele momento único...que homem lindo! Que criança curiosa ele era, e que menino atraente, bonito, desde a infância, apesar de amigo, mexia com ela quando menina, tímida que era, jamais havia mencionado isto. E agora mulher, sabia, que o atraente tinha algo a haver com "desejo", mas também que a admiração era diretamente ligada ao "intelecto" que sempre estava em primeiro plano...
Já em seu quarto, algumas leituras após, adormeceu. Horas haviam se passado, quando finalmente acordou. Lentamente desperta, desceu as escadas, a procura do amigo, no mesmo local onde o havia deixado na noite anterior. Para sua surpresa, tudo arrumado, como se ninguém lá estivesse e tampouco houvesse tocado em nada. Caminhou apressadamente por todos os aposentos da casa, e nada do rapaz, ou de qualquer sinal de que estivesse ali.
"Sonhei?" Pensou. E no seu quarto, o vestido azul royal repousado sobre a poltrona clara.
Ao quase se dar conta, de que, talvez tivesse sonhado, olhou em sua mesa de cabeceira, o livro que lia durante a madrugada, o qual, ao invés do marcador de costume, apresentava pequeno e branco papel na recente página lida.
Eram palavras, com a "ex-caligrafia" do amigo de infância, letras agora, de um homem feito, palavras que surpreendem e afetam a mente, o mesmo bilhete, que agora apertava contra o peito enquanto suspirava e que, hoje, relia mentalmente, sem precisar ler.
Palavras escritas, jamais ditas, olhares não trocados, mas imaginados, sensações que não se efetivaram, silenciadas pela distância entre dois seres, e seus compromissos amorosos da ocasião.
Imaginação fértil, tragada pelo sono, pelo cansaço.
Vivenciar desejos não exteriorizados e expressá-los em letras, é uma arte ímpar.
A compreensão destes, pertence só aos verdadeiros e íntimos cúmplices.
Não soube mais nada do rapaz na época. Nem mesmo, porque silenciou tal emoção conjunta.

04/09/2009

O tapete

Lua cheia. Os dois trocavam olhares no sofá. "Você aceita um Carmenere?" Sugeriu o homem discretamente. "Sim, um dos meus preferidos...mas como foi que adivinhou?" Sorri a moça encantada com a situação. "Um brinde" diz ele, olhando nos olhos dela com força. Eis que ressalta: "Seus olhos brilham sempre assim?". "Não", ela responde - "Só quando se encontram com os teus". "Que bom, temos uma romântica na sala" e ri de volta o rapaz. "Mais vinho?" Novamente oferece ele. "Sim". E ambos, ao levantarem em direção a mesa de puro cristal onde a garrafa de vinho estava, se encostaram, ombros de leve, se tocaram devagar. Sorriram. Ele, mais decidido, lhe passava o braço pelas costas, sentido o seu vestido florido e em um instante, parecia sentir que as flores do tecido desabrochavam...Ela por sua vez, deu um passo para trás, tentando se desvincilhar do óbvio contato, inicialmente inocente, mas por ora, sutilamente, sedutor. "Não fujas de mim", ele balbuciou. "Sua pele, tão macia!". Ela, com receio, tenta escapar do abraço, e novamente, ele a alcança. "Me deixa. Não faz isto", suplica a moça com o corpo arrepiado pelo toque, já meio que ardendo em desejo que tenta esconder."Nunca!", o rapaz declara, abraçando-a com atitude, de modo a impedir que escapasse. E, na sequência poderosa desta atração, seus lábios se resvalam no pescoço dela, até chegar ao seu colo, liso, macio, e sardento.

Tentativa inútil da moça, de fugir de sua paixão guardada, pois ele a puxa contra si e a acaricia, não mais tão gentil, agora, dominante da situação de luta corpórea travada, em êxtase, apressadamente, e sem culpa, suas mãos se perdem no corpo dela em diversos movimentos, explorando, cada parte, de sua cintura, quadris, seios, colo e ombros, onde seus beijos acompanham lentamente, em intervalos propositais, para fazê-la arrepiar e ceder à situação visceral que começara. Ela, já sem controle, lhe arranca a camisa, em movimento acelerado, quase que violentando seus botões, de tamanha vontade de colar o corpo no dele, em ritmo ideal de dois amantes que brindam com um vinho sob a luz do luar.
Toda a sequência de atos maliciosos, por vezes, delicados, tomou conta dos dois em idêntica frequência: ele semi-despido, arranca-lhe o vestido florido, lhe entorpece de beijos e lhe puxa gentilmente ao chão, sobre enorme e macio tapete...ela, por sua vez, como uma fêmea no cio, cede ao encantador paladar que sente dos beijos dele, e se deita, aproveitando para tirar dele, as calças, a roupa de baixo, e já comprimir o corpo dele, com uma chave de pernas forte, o que o surpreende. Já não mais existe o casal receioso do início, e sim dois sonhadores em frenesi, se acaricando, amando e ardendo em chamas imaginárias de tanto prazer!
O gozo efetivo, premia o ato completo, e ambos gemem, ao mesmo tempo e tom, exasperados, agraciados e saciados um pelo outro.
Sorriem. Ainda encaixados, ela o aperta com todas as partes de seu corpo, inclusive no seu membro, que novamente erijeçe, tamanho é o prazer inesperado da contração interna que se segue.
Respiram fundo. Se entreolham. E juntos, abraçados, adormecem sobre o macio e aconchegante tapete daquela sala.

21/08/2009

Irmã.


Só você, por vezes tem a cura para alguns de meus devaneios, pois se parece comigo, do avesso. Certos dias, penso que você é a mais velha e eu a caçula...e dai vem você, em nossas conversas tecladas: vai ficar tudo bem gata, acredite...Como pode uma Déborah viver fora do Brasa? Pode, porque Odara que é Odara persiste, luta, caminha, avança, pode até tropeçar no itinerário, mas não pára jamais, estou aprendendo melhor, quem é você irmã! Não te vejo quase, não te miro os olhos, mas te ouço, com toda atenção possível, me alimentando de seus textos, de sua voz alegre acelerada e tento ser mais rápida que o teclado, na ânsia de recomendar tudo o que penso, tudo o que quero que você seja, sinta ou passe! É, sei que você já cresceu né? Mas irmã mais velha é isto mega cuidados...rs. Minha irmã bonita, minha menina rica, minha amiga temporona, minha esmeralda bruta de valor insubstituível, alma de anciã em corpo jovem, sincera, avassadora mulher, guerreira de sangue, determinada: TE AMO! FELIZ DIA!SAUDADES...

10/08/2009

Flores


Flores no cabelo para ele. Ele, que a encantou quando cantou "se esta rua fosse minha, eu mandava ladrilhar, para você, meu amor passar...". Ele, que a fez chorar, e a fez sorrir em menos de vinte e quatro horas de emoção.

A moça mirava-se no espelho se preparando para seu amado. A flor no cabelo. O perfume preferido dela, que também encantou o homem. O mesmo homem, que não se sabe como, a amou à primeira vista, em inusitado encontro no aeroporto, para levar o amigo, que iria embarcar em viagem internacional. Ela, sentada próxima do chek-in, aguardando sua prima com particularidades burocráticas, tímida e seleta, folheava uma revista, aleatoriamente. Quando ele a interrompeu, pedindo informações sobre a localização do portão de embarque.

Tudo assim tão simples, se não houvesse o fato de que, naquela época, ela namorava há pouco, um jovem rapaz. Lembrava-se agora, quantas voltas, em rápido período, sua vida, tinha dado.

Terminara o namoro, reatara com o antigo amor, em frenesi urgente de "ter o amor de verdade", o que viveria com ela e morreria? por ela? Bem...nem tudo na vida são flores, mas neste caso, bastaram alguns dias ao lado do antigo amor, para se descobrir então, que tudo era pouco, diante de sua expectativa de felicidade eterna. Como a vida prega peças...ainda mais nesta moça. Do atual amor, no dia de seu aniversário, recebera um "não posso dormir contigo esta noite, que estou muito cansado para sair de casa". Do ex-namorado recente, um recado em sua "secretária eletrônica", uma analogia, que tinha a haver com flores, e que no momento, para ela, quase nada significara, por ser tão cifrado o recado...e de um suposto, novo e gentil amigo, um belo texto em sua caixa de correspondência, uma linda carta...

Menos de um mês de sua nova idade, de seu "ano novo" e lá estava a moça diante do espelho, se maquiando e refletindo com um pequeno sorriso. Confiante, tranquila, colocando a sua flor dourada nos cabelos cacheados...tocando-os com calma e suspirando! E o suspiro na convicção que se instalava, naquele coração sofrido, por armaguras antigas de amores desencontrados, ilusões perdidas, sonhos despedaçados, deu formato a um largo sorriso, quando os lábios se abriram em meia lua, para que a moça passasse seu batom rubro, e apertasse um lábio contra o outro para "carimbar" a cor escolhida.

Ajeitou novamente o cabelo e sorriu. O encontro era o menos esperado possível, iria rever o suposto novo amigo, que aos poucos, se chegara em seu coração, lhe apertara a alma com candura e havia lhe abraçado na noite anterior e lhe arrancado suavemente um beijo. A lembrança era boa, como se sempre eles houvessem se abraçado. E hoje, ela iria ao novo e recente encontro, do homem encantador, que ansiava desvendar, com sua flor no cabelo, para fazer-lhe um mimo, agradá-lo. Nem o ex-amor antigo, nem o ex-amor recente, amor recém- nascido mesmo, que parecia trazer um bom presságio de ano novo que ela iria viver...Sorriu. E pegando sua bolsa e trancando a porta de sua casa, lembrou-se então, do recado de seu aniversário, que agora parecia entender bem melhor e aceitar: "...para dizer que não falei das flores. Eu disse flores?" Sim, disse. E era mesmo verdade, na vida desta moça, nos altos e baixos, nas agonias mais profundas, e nas felicidades mais plenas que se pode vivenciar, sempre as rodeavam, sempre haviam, "flores".

29/07/2009

It´s over.

Hoje completo mais um ano de existência terrena, entre tantos, dos quais, praticamente não me arrependo quase nada. Portanto, se loucura ou não, se ofensivo ou não, se inadequado ou não, preciso hoje mesmo, romper barreiras impostas no coletivo, e dizer (escrever) para você, de maneira “polida” que você mudou a seqüência da minha vida em algum item, rumo, caminho, sensação, enfim.
Até agora, não estou certa, se fiz mal, se fiz bem, se foi tudo verdade, se foi momentâneo. Se causou um pequeno impacto bacana para você. Se você sente saudades do que vivenciamos, ainda que em curtíssimo prazo, se marcou também, para você.
Uma escolha tua (casual ou não) me mostrou algo curioso, uma maneira dolorida para mim, mas muito sutil, para você, de me indicar que “somos só amigos”, parece, que você esticou uma faixa com luzes piscantes, para que eu de qualquer lugar que estivesse, tivesse ao alcance dos olhos o logo “da amizade”. Tudo bem. É fato. Dói muito hoje, menos que ontem, mas ainda, está latejando. Que fazer? Nada. Esperar esta dor terminar, quieta, com maturidade, pois afinal, atingi certa idade (risos). A vida é feita de escolhas e a todo tempo somos inseridos no contexto do escolher “ou isto ou aquilo” ou “este ou aquele”. Eu escolhi pelo que te vai por dentro e pelo que admiro espiritualmente, não pelo que vejo, ou toco.
Preferi escrever, pois, não tenho como olhar para você, hoje, agora, e dizer palavra por palavra tudo isto que me vem em mente, sem me expor, sem ter medo. É, o texto protege, protege de talvez eu me decepcionar ainda mais, conforme sua reação ao me ouvir. E também porque você se importaria? Afinal, amizade é isto. Não tem uma coisa a haver com outra, dentro da amizade, que pensamos ter. E decepção? Acontece o tempo todo, no mundo...
Continuar a amizade, certamente, fantasiada, no silêncio, de tudo o que eu gostaria de dizer, de poucas coisas latentes que prezaria em gritar, não como insatisfação, mas como emoção mesmo, porque querendo ou não, lutando ou sendo pacífica, eu, gosto de você, mais do que imaginava.
É normal, uma pessoa que me marca tem esta propriedade: devido ao grau de importância atribuído. Não me permito contestar você "de cara", nem me afastar bruscamente, para que, você, não note, não enxergue rapidamente, o que sinto agora. A não ser que sua memória seja muito boa e você se lembre de que, enquanto me importo demais o suficiente para incomodar o sentimento profundo, eu me afasto. (E quando não tem mais a emoção latente, não me importo de conviver...)
Me afasto, em físico e um pouco em pensamento. Pois sei, que hoje, o melhor seria estar em outro país até, para ficar o mais longe possível e facilitar todo o processo que ainda tenho que passar, que se chama “esquecer”. Esquecer do homem que mexeu com os sentimentos. Gravar o amigo. Sem e "com".
Eu escrevo para registrar: que meus atos foram totalmente emocionais, plenamente consentidos e cem por cento verdadeiros em relação ao que senti e expressei quando ao teu lado.
It´s over. E é pena, pelo futuro que talvez, poderia ser e não foi.
Feliz ano novo sem você e com.
“coração”.

25/07/2009

Olhar espanhol.

Olhos espanhóis escuros como ébano.
Pupilas dilatadas e iluminadas de alegria.
Sorriso de infância no rosto.
Sorriso maroto e desperto.

Por vezes olhar de vulcão, por vezes,
Inofensivo e cativante como criança,
Em outras, suas idéias devassas transmite.

Espanhol de coração, anjo negro que perde a razão,
É você, tão belo, tão terno e tão “caliente”.
Um “déjá vu” me causa desde sempre.
Uma irremediável vontade de dançar.

Andando em jardins, parece-me familiar.
Não sei se a caminhada, ou a companhia,
faz-me de ti recordar.

Me enlace pela cintura, me pegue pela candura.
Prende-me e me seqüestre por um dia, quem sabe?
Se tu não queres adoçar minha vida porque me miras?

Nas cócegas infantis vivem inconseqüentes pequenos flertes.
E eu já não te olho mais, como antigamente.

Espanhol, forte, pulsante. Voz de rouxinol.
Sabor de café da manhã quente.
Aroma de jasmim do meu inconsciente.
Enche meu dia de beleza e alegria.

Faz ondas de calor imaginárias no ar.
Faz com seu toque, meu corpo todo arrepiar.
Faz com sua risada sutil, uma música.
Faz-se presente, mesmo ausente.

Deixa saudade, que embriaga.
Deixa saudade de coisas que jamais vivi.
Ou, talvez, vivemos há séculos.
Quem sabe?

Sei que improvável é o acaso culpar
das delícias que tu provocas só,
no teu simples ato, de ser e de estar.



24/07/2009

O verdadeiro tesouro.

O verdadeiro tesouro é cuidar de alguém, sem querer nada em troca. Nem mesmo seu afeto. O verdadeiro tesouro, faz você sair de casa na madrugada fria, sem nem se olhar no espelho, só para acudir uma pessoa querida e evitar, que a mesma fique dentro de um hospital sozinha e triste quando doente.O verdadeiro tesouro, faz você olhar de longe alguém que ama, e não contar nada para ninguém, se por acaso, quem você ama, escolheu outro para amar.O verdadeiro tesouro está muitas vezes escondido, mas, não mora em uma casa onde se brada pelos cantos, onde se ofende pessoas com maustratos ou humilhação. E muito menos, onde se ostenta dinheiro que não se tem, e que se obtém, endividando uma pessoa de sua relação.O verdadeiro tesouro pode morar dentro de um sentimento partido. Não tem importância, ainda assim, pois o verdadeiro tesouro está, quando verdadeiro, dentro do coração.

22/07/2009

O leão adormecido (Texto de 25/10/2007)

O contador deve estar atento a todas as modificações que ocorrerem no país em que labora. Ele deve permanecer efetivamente ativo em sua atuação profissional, de modo que contribua no universo empresarial, não só com números de resultados financeiros elevados, mas também proporcionando soluções em decisões gerenciais. E ainda diversificar seus conhecimentos, a fim de atuar firmemente na prevenção de possíveis falhas ou fraudes no sistema de informação contábil. O contador não é apenas um ser que "deduz o Imposto de Renda". É um cientista de situações patrimoniais, um ser com conhecimento acadêmico e técnico, dotado de lisura suficiente que o permita fornecer os melhores diretivos para os gestores de empresas. Este profissional é aquele conhece todos os ciclos operacionais das transações efetivadas e que deve opinar sobre a melhor maneira de conduzi-las, objetivamente, viabilizando a tomada de decisões com eficiência para o empresário.Com as recentes descobertas de fraudes financeiras, está aprovada a máxima "é melhor prevenir do que remediar". Então por que não deve o contador trabalhar de modo atuante, em vez de se ater somente à conferência de demonstrativos contábeis ou até de efetuar relatórios financeiros empresariais? A sugestão é que este leão adormecido desperte de seu sono profundo e resolva agir com firmeza e lealdade em todas as situações (não se deixando envolver por grandes somas de numerários que porventura estejam "fáceis", ao alcance de "seu bolso"), tal qual o símbolo de nossa categoria demonstra:- O caduceu, que representa o equilíbrio moral e de boa conduta do contador, em sua ética profissional que deve prevalecer;- O bastão, que define o poder do contador de modificar a situação patrimonial se necessário for;- As duas serpentes, que lembram a sabedoria que o contador possui ao longo de seu período de estudo e atuação, mas que deve ser renovada a cada ciclo de sua formação;- As asas, que representam a diligência que o contador deve resguardar com a mesma prudência e eficácia que destina à salvaguarda dos ativos patrimoniais;- E finalmente, o elmo, que simboliza os pensamentos elevados que o contador deve manter para auxiliar as empresas a sobreviverem financeira e dignamente nesta turbulência econômica e política em que o Brasil se encontra atualmente.Para os profissionais já despertos deste sono profundo, basta aprimorar seus conhecimentos e permanecer com o mesmo vigor de quando se formaram, em constante luta pelo aprendizado, com posicionamento diretivo e firme de que são ilibados no que tange à conduta moral e ética.Para os filhos adormecidos: bom dia! Acordem para atuar conforme requer o título que reverenciaram.Para ambos: estejamos confiantes de que atuantes, com decisões coesas pertinentes à nossa profissão, continuaremos na batalha, vencendo os desafios diários, sem nos deixar levar pelo lado mais fácil de contorná-los. E, acima de tudo, sem nos intimidarmos por uma minoria que deixa estigmas não tão positivos que os numerários ilícitos favorecem.O contador, como qualquer outro profissional, quando realmente "veste" a camisa de seu time, trabalha tanto quanto um médico plantonista ou quanto um engenheiro de projetos. Estuda livros do início ao fim, pondera decisões tal qual um grande advogado, porém, nem sempre traduz em sua profissão o deslumbre que as demais provocam aos olhos da sociedade.

18/07/2009

Vulcão anônimo.


O doce olhar terno. O sorriso escondido. O levantar indignado das sombrancelhas. O riso nervoso.O andar apressado e incontido.O retorno, mais convicto.O desassosego nas palavras. As piadas aceleradas. O sussurro inocente no ouvido.O entoar da música e a batida de pés.O grito preso na garganta pela emoção. A mudança de expressão.O silêncio.O semblante inclinado. A firmeza de enxergar.O toque inesperado dos lábios. O disfarce.A tentativa fugaz de sedução.A concessão do excitamento. O triunfo alegre. A continuidade indisplicente. A tentadora arrogância. O enlace casual. O despir sem tocar.O desejo prematuro. O fôlego estonteante. O despertar da emoção. A confirmação do erotismo. A madrugada inacabada. O nascer de um novo dia. O aumento da cumplicidade. O desejo crescente. O avanço do pacto.A felicidade do reencontro.A premiação do ato. O novo fato. O vulcão anônimo. Você.

15/07/2009

Lírio dos campos - Lenita

Se fosses tu a minha vida, que faria de ti?
Um rumo incerto em alguma estrada da perdição.
Um caminho delirante à procura de paz.
Um texto mórbido em pleno Carnaval.
Uma noite fria de agosto.
Uma semente florescendo em um vaso qualquer.
Uma lira nas mãos de um anjo.
O "abc" de uma criança.
A mais linda poesia de vingança.
Se fosses tu a minha vida, faria de ti
o mais simples dos cânticos de amor.
Faria de ti, a rosa da paz, que perfurma o ambiente da harmonia.
Se fosses tu, a minha vida, converter-me-ia em teu próprio ser.
Pois tu, és, a luz, que alumina meus pensamentos obscuros.
Tu, és a visão do meu quase "eu"!

O não quase sim.

No silêncio inesperado de minha alma, sinto a brisa do teu desejo incontrovável a dizer "sim" para minha calma, a dizer, "sim" para saborear este momento.
E , por mais que eu quisesse, não consegui, pois quem cala consente.
E nesse momento inconsciente, nos entrelaçamos, não para sempre, mas talvez, por um longo tempo.
Fixos no olhar, juntos corpo a corpo, com "nós" em nosso espírito, numa viagem de ida ao futuro e sem volta ao passado.
Pois quando dizemos sim, damos um passo inevitável, e, não podemos, voltar atrás. Pois agora este sim já faz parte de um passado que não mais nos pertence.

Conselhos grátis

Quando se está bem consigo mesmo, se está bem, com a vida.
Se você se dá valor, outros também, lhe darão.
Ao sentir-se satisfeito, não há em seu coração, a ferida.
Ficando com o mundo em comunhão, todos os teus amigos, de ti se orgulharão.
Agora, preste atenção:
"Nunca te desesperes quando as coisas te desagradam."
Pois acima de tudo, a verdade, e a justiça, falham, mas não tardam!
Olhe para a frente, ouça, veja e continue: Sorria à esta gente!
Não mantenha sobre ti, piedade, pois melhor é, dos bons momentos, sentir saudade.
Ei, escute. Ande depressa, colha uma flor e a dê para alguém, com muito ardor...
Cante, grite, sussurre, fique rouco, ao invés de querer bancar o louco.
Não se apresse, pois pouco falta para Dr. Deus dar ao mundo, "alta".
Tire rancores, jogue fora as mágoas, fça licores com pouca água.
Soluce o pranto da alma perdida, mas não transborde lágrimas além da medida.
Para terminar, faça arrasar, pois deve o show continuar!
Você encontrando alguém cabisbaixo. faça-o gargalhar com um sorriso, de cima à baixo.
Mas se de doido te acusaram, tenha certeza, estes nunca amaram!
Observe o céu, veja sua luz e faça-se réu, se aos outros, você não a conduz.
Após toda esta reflexão, transmita a mensagem, mas sem muita amolação, para não perder viagem.E se depois tudo, não estiver feliz, verdadeiro serpa aquele ditado que diz:
"Se conselho fosse bom a gente vendia".
Um grande beijo e até outro dia!

Coração de cristal

Nada tão difícil quanto proteger quem muito se estima. E cuidar de seus interesses mais íntimos imparcialmente. Nada tão fácil, arcar com a responsabilidade de cativar alguém. E manter isto.
Um famoso autor, diz que "tu torna-se responsável por aquilo que cativas".
Costumamos cuidar de quem gostamos. Mas, nem sempre, é possível fazer isto com a perfeição, o destino entra para valer e brinca de roda com nossas vidas. Nas brincadeiras simples, são criados os sorrisos, risos, a felicidade. O convívio natural, faz muito bem. A falta dele, nos incomoda. E agora? É. Saudade. Quem dera ela viajasse com passagem só de ida e não trouxesse a reciprocidade.
A amizade, sentimento delicado e por vezes tão esquecido. O bom senso, o interesse mútuo em fazer bem aos outros em dar apoio. Por vezes, a amizade transcede o comum. Por vezes, o grande intitulado amor vira amizade e vice-versa, e muitas vezes, quem se pensava amigo não o era, quem nunca demonstrou, sempre fora. A pretensão de ser querido? Não, a ambição mesmo. Pretender é depender do outro, ter ambição, depende só de você. Decidir também. Escolhas...
Quando que se percebe quem é quem? Naturalmente, só vamos saber quem nos são fiéis de corpo e alma, quando estamos no fundo do poço e vemos quem nos estende a mão. Quem nos oferece o "colo", quem insiste em saber de nós, seja qual o modo de se comunicar. Ou, quem mesmo diante de um fato estarrecedor, consegue ser "sem cera" e contar para nós, algo que pactuamos querer saber, mas que fingimos por ora esquecer.
Amizade, é assim: transparente essência.Quebrável como um cristal. Pessoas são confundidas com ele.
Mas quem disse que eu pertenço a categorias de vidros delicados? (risos).
O que é preciso mesmo, é viver a vida com paixão, movimento, "aquela disposição" ainda que as três da manhã, e alguém para te dar um impulso, um "stand up", uma suave voz que ecoa e te diz: levante já o seu traseiro "gordo" dai e vai!
Corre atrás, porque a fila não anda, ela voa. E você não pode ficar para trás, porque nasceste para ser feliz, e não existe decreto te proíba de encontrar alguém que te faça feliz, com cumplicidade, conversa, tesão, às vezes dor, amor, que te provoque calor por dentro, a ponto de você dizer que valeu, "haja o que houver", certo, coração?

10/07/2009

Príncipe das Marés (adaptação do real)

Ele, que já foi o moleque tímido e inseguro que usava roupas esfarrapadas e camisetas pretas ostentando palavrões (com medo de ser rejeitado), também se tornou um homem amado, que arrancou e arranca, ainda, suspiros e sorrisos. Ele, que descobriu que a lucidez é a única cura para todas as loucuras e injustiças do mundo, já foi o profissional bem sucedido e arrogante diante do fracasso alheio, e também, já foi o perdedor cínico a observar a gangorra da vida. Também já foi, a criança, que acreditava em bicho papão, papai noel, loira do banheiro, e se tornou, o jovem que acreditou também em esquerda, direita, amor, futuro, sexo, drogas e rock'n roll, deuses de toda sorte, de todos os tipos, espécies, tamanhos e formatos, para todos os gostos, bolsos, naipes e necessidades, deuses dos mais cruéis aos mais humanos. Ele agora, acredita em um único Deus fanfarrão e bebedor de cerveja, feito a imagem e semelhança de seu pai (que a esta altura, está em outra dimensão do planeta azul.). Este homem, cara de moleque, jeito infantil no olhar e firmeza de um quarentão, já foi o talentoso poeta, atormentado e infeliz, que encantou mundo com os espinhos de sua dor, e também, já foi artista medíocre que entediava a todos com sua felicidade vazia e estranhamente irreal. Ele, já enterrou parentes queridos, bichos de estimação e amigos imaginários (na visão dele, eles também morrem!). Ele, já foi, o velho amargo que afogou suas frustrações em um copo de cachaça, e também já foi o jovem idealista na virgindade de todas as certezas do mundo. Ele, já quis ter dinheiro, ter poder, ter uma esposa, filhos e uma família de propaganda de margarina, já quis ser recluso sem internet, sem celular, sem eira e sem beira, já ficou de bobeira por aí...Este moço, uma vez já foi, o filho omisso e ingrato que some de casa no dia das mães, mas já foi o bom garoto que enche o peito de mães e sogras de orgulho, contudo, já foi o bêbado irresponsável cujo raciocínio só alcança o próximo gole. Já foi muito feliz, infeliz, confiante, depressivo, encantador e frustrante, às vezes tudo ou quase tudo ao mesmo tempo, foi capaz de chorar, sorrir, irar, se indignar.
Hoje, este ser turbinado de sentimentos e emoções, com ou sem razão, muitas vezes, nutrido de defeitos como todo mortal, dotado de mil sentimentos ao mesmo tempo, é um amigo que ganhei, um companheiro de jornada terrena, que admiro e respeito. O garoto, já não mais tão moleque, tornou-se um talentoso crítico da vida, em minha simples visão. É ele, meu eterno "príncipe das marés". Seus olhos dizem muito, sem seus lábios se abrirem, seu sorriso emudece qualquer lágrima, mesmo sem que ele possa notar. Suas atitudes, podem fazer vibrar, tanto para o doce encanto, quanto para a magia mundana, dependendo do quão consciente ele estiver do poder que ele tem, de fazer alguém feliz, somente, por estar presente. Sua conduta, pode influenciar ao descaso, ao "mimo", ao caráter, ao afago, a desobediência, ao erotismo, à timidez ou somente a ouví-lo, incansavelmente. Um homem em busca da vida real, como ela é. E por isto, me cativou.

05/07/2009

Anjos.

Um dos seres mais antigos do planeta, é o anjo. Dizem terem sido criados para nos proteger, guardar. Um escudo. Interessante a ligação com o Divino: anjos têm asas. Moram no céu. Voam...Não têm sexo. Transcedem o sólido, a matéria, e o tempo. Todavia, em minha pouca existência terrena, conheci alguns anjos humanos. Me anima o fato de pensar nestas pessoas como anjos, e então, nominá-las, de acordo com algumas peculiares características que observei por ter compartilhado algum tempo por perto ou notado, virtudes realmente escondidas. Vejamos:
Tem aquele anjo que te escuta, ou que te lê, que te apoia, com frases de efeito e sustentação descomunal para te colocar para cima, quando teu ego te joga abaixo do chão, o anjo que pode se preocupar contigo te puxando as orelhas, quando você tenta se depreciar. (Ele não te deixará continuar!) Este anjo, na verdade é uma "fenix" porque assim aprendeu a sobreviver e assim ensina os outros: renascer das cinzas. Recomendo este anjo para momentos de depressão, solidão e baixa estima que possa aparecer.
Daí, me lembro do anjo delicado, que também tem altos e baixos, que exala perfume floral, está sempre perfumado, e sempre muito sensível, pode caminhar do seu lado, te comprar uma fita azul e te dizer que "você faz toda diferença", e realmente, este anjo delicado, pequeno, pode sim ter feito toda uma diferença naquele dia, na sua vida. Este é o anjo flor. Recomendo-o quando precisar de colo, e de ouvir um "eu te amo" bem forte para voltar a acreditar em si mesmo.
Mas a lista segue, tem o anjo que procura resolver tudo dando risada, mandando mensagens, cheias de cores, texturas e dizeres amáveis, porque este anjo é meio Carmem Miranda, meio circense e meio religioso ao mesmo tempo: uma mistura de fé, alegria e amor a vida incondicional: não tem tempo ruim, não tem nada nem situação alguma difícil que ele passe mas, que continue sorrindo, e rindo, de todos, para todos. Este é o anjo Doce, tem sempre algum açucar na sua bolsa, bolso, enfim. Um doce de pessoa, parece mais um Sol verdadeiro amarelo e radiante na sua vida. Eu o recomendo quando você achar que está escuro e se acaso, tiver chorado muito, pois a glicose nestes casos, ajuda também.
Tem o anjo fiel escudeiro: aquele que, mesmo com uma das asas quebradas, pode te escorar, quando estiver muito mal mesmo, e te escora, não só para te apoiar, mas para te proteger de pessoas profanas, de situações indelicadas, de saias justas e de exposição. Fiéis escudeiros são difíceis, e aparecem ali, solícitos, firmes, largam tudo de si, para te ajudar. Nem vou recomendar este anjo, pois ele aparece quando quer, e só se quiser. Mas quando vem, fica para valer, até se convencer que você melhorou e que consegue finalmente dormir.
Outro anjo interessante: o sensato. O anjo sensato é aquele que inesperadamente já te arranca do abismo, se acaso estiver caminhando em direção a ele, te levando pelo braço, com rapidez a um local seguro, usa as asas que tem e que não tem, até para, se for o caso, dirigir automóvel no teu lugar e tirar você de um aperto, de um vexame. Recomendo, que se reze com prestreza, para que anjo feito este se multiplique, porque, nem todos os seres, têm o privilégio de conhecê-lo. Mas conhecendo-o, é devastadoramente interessante, contar com ele!
Ah! Tem o anjo arranha-céu: é aquele ser que pode ser alto tanto quando um grande edifício, mas que o coração por dentro ainda maior, faz com que você seja praticamente carregado no colo por ele, e protegido, na saída de um prédio em chamas, se for o caso de incêndio, ou mesmo carregado sonado, depois de um excesso de álcool no sangue e sua indisposição na saída da divertida noite, por exemplo. Este anjo por ser grande, olha as pessoas com carinho e as julga irmãs, se comovendo pelo minúsculo tamanho em que se apresentam e as impulsionando escada acima, de suas singelas vidas. Recomendo este anjo quando a situação a ser transcorrida, seja de grande porte, de relevância indiscutível.
O mais inusitado: o anjo hiena: aquele que te ajuda, mas ri de ti, da própria sorte, da situação e de qualquer coisa que vier, porque na sua timidez camuflada, sorrir, na realidade é forma de esconder seus medos, e de passar a beleza e alegria que ele tem, então ele gargalha para você, de você e contigo, depois te prepara um chá, um café, uma canjica, igual uma mãe faria. Recomendo que trate deste anjo com candura, porque ele é feito de finos traços de bondade, que são quebráveis ao toque de pessoas sem caráter!
Temos o anjo "mágico", parece a "Sininho" do Peter Pan: este anjo te coloca gelo quando você, por acaso, tomar uma pancada, te empresta o cobertor se estiver com frio e te doa muito carinho com o olhar. Recomendo que este anjo esteja por perto das crianças, de tão cuidadoso que ele é. Daí, lembro que também existe o anjo Saúde.
O anjo saúde, te massageia, te estica a pele, quer fazer seu "make up" e te reconstruir esteticamente com suavidade e muito amor. Recomendo este anjo para quando for necessário um dia de princesa ou príncipe na vida de cada um, naquele período em que o espelho e você estiverem se estranhando(risos).
Um último anjo vale a pena lembrar: o anjo tímido. O anjo tímido é aquele que vem quando você não espera e quando você espera, não vem. Este anjo praticamente mudo, calado, e fechado, ajuda "só se você pedir" e quando você pedir, porque ele é muito na dele, mas faz o que for certo, se precisar fazer.
Com anjos iguais a estes, vivos, de carne e osso por perto, quem está sozinho? Acredito que só aquelas pessoas que não estão acostumadas a passar por situações onde contem com anjos...eu felizmente, conto com eles. Que bom!

01/07/2009

Os vinte e três estudantes.

Acordei um dia de manhã e notei que era meu primeiro dia em sala de aula, para estudantes de minha área profissional. A primeira sensação que eu tive: será que eu consigo? Serão eles exigentes no que eu tenho para oferecer como ensino acadêmico? Serei eu capaz de atender as expectativas? Eles atenderão as minhas? Serão eles desinteressados? Ou me animarão com seus interesses?
Primeiras noites em sala, primeiros contatos. Alguns alegres, outros cansados, dias duros de trabalhos contábeis, fretamento que atrasa, contas para pagar que arrasam a alma de qualquer futuro contador, a má sorte do desemprego paira por vezes, dá um desânimo que só. Olhando ao fundo destes olhares, percebo isto, e muito mais, um descontentamento, uma fuga mental temporária, sorrisos, cabeça nas obrigações do dia seguinte. O tio da sala já se expressa, já tem seus fãs.
O tempo vai passando, enxergo um pouco mais dos estudantes, sou menos mistério para alguns, euforia para outros e decididamente poucos não me toleram tanto (não os culpo!). Uma aluna presta muita atenção, quando comento de motivação, erros/acertos, sobre a decisão de mudar de emprego, eu noto que o discurso comum aos meus olhos, se transforma em um roteiro, no sentido de incomodar, de questionar. É para isto que vim, vim para tumultuar o ambiente acadêmico no sentido mental do ser e de estar. Eu entro em sala de aula com um mantra: “não formo Maria mole” e a “presença não é virtual”, este último, aborrece quem pouco me sabe sobre mim, resultado: falatórios, revoltas, visitas à coordenação, mas na minha frente, silêncio puro, daqueles quase morteiros...
Como nem todos são iguais por dentro, um ou outro mais inflamado, mais justiceiro `a moda antiga, me antecede o “perigo”. Fico grata, mas fico aborrecida, coisas da vida, que muitas vezes ainda mexem com o id, e ego, sem distinção. Mas eu sou persistente. A fé é algo importante demais para mim, é meu fôlego. Minha sede saciada. Mas, não coloco Deus para fazer tudo o que eu preciso, pois ele já tem trabalho demais no Cosmos, gosto mesmo é de manter a fé nas pessoas. E coloquei muita fé nestas vinte e poucas pessoas. E como todo reinado, tem seus demônios temporários (nossas neuras, nossos medos e ansiedades), todo reinado tem também, seu menino fanfarrão, de olhar meio espanhol, meio infantil, de quem leva a vida na boa, mas de quem se pode contar, se precisar, mesmo que esteja “pavio curto”, no fundo, é só sorrir firme para ele desatar. Acredito que este homem em formato de “bebezão”, mudou muito mesmo, as pessoas ao redor, e mesmo com as reclamações de praxe, soube manter a turma focada no principal. Passa-se mais um tempo, o qual não consigo medir, nem contar, nem querer que volte atrás por não mais me pertencer. E consigo identificar um pequeno grande homem, com o dom da palavra, e da defesa, que provavelmente está no curso errado, pois advoga muito bem pela sua “sala”. Aproveito e confiro uma tagarela de plantão (risos). Nota: tagarelas de plantão são geralmente mulheres feitas, bonitas, decididas que já não tem muito tempo a perder com bobagens e por isto, estão a todo vapor que nem locomotivas desenfreadas, pois anseiam avidamente por informação tanto quanto as “prestam” (daí as razões para “tagarelar”), geralmente, tais mulheres são possuidoras de perfil esguio e “dedinhos” maravilhosos aos olhos masculinos e logicamente muita beleza.
E começo a perceber outros cantos, o galã colecionador de bonés de muito bom gosto, a sardenta tímida já profissional da área, a sem cera, a celebridade que quer tirar só boas notas, as moças que riem todo o tempo e uma, de olhar profundo, que não fala por mero acaso “físico” impertinente, pois seus olhos dizem muito, seu coração, mais ainda. Agora quem se cala sou eu, o que eu vim fazer aqui que vai ajudar todos estes? Quem sou eu mesmo? Sou a professora, de certo modo responsável por aquilo que vão ter por dentro, acerca de determinadas disciplinas, tomara, pois não costumo me arrepender de algo que eu tenha feito, e o pouco que fiz, foi assumir um compromisso de lecionar para futuros contadores. Mais uma semana de estudos de perfis e surpresas agradáveis.
Nova semana, eis que surge o essencial (invisível aos olhos). Um firme “boa noite”, um olhar contido, lúgubre, ébano, mas reluzente. Jovial caráter, passos dificultados por questões de bandagens. Alma peculiar que se destaca. Silêncio. Risadas, os estudantes parecem ter reatado com brinquedos de infância, um certo “circo” toma conta do grupo, o tumultuador que adora ser centro das atenções se irrita sadiamente, eu não consigo conter o bom humor causado pela entrada perpicaz, porém, efusiva, deste moço e portanto, também sou obrigada a sorrir (embora a vontade tenha sido de rir igual a eles) e o encarar com o mesmo olhar firme que me disparou.
As sextas feiras não serão mais as mesmas, depois de um bate-papo de “motivação”, invento um concurso, belos textos se apresentam, e a tagarela de plantão praticamente me convence a escrever igual a minha proposta, firmado o contrato, só me resta cumprir, pois estes auditores são terríveis cobradores de mim.
A aula acaba tarde, o coordenador se surpreende ao ver alunos contabilistas sorrindo e saindo mais tarde na sexta feira à noite, quase 23 hs? Nossa, nem eu acredito, mas foi com estes seres únicos que aconteceu. Volto para casa, não consigo dormir, tenho que ler curiosamente, os escritos dos estudantes, eles não sabem ainda, mas já me emocionam muito com suas convicções, comentários, motivações e silêncios de olhares que expressam muito. Descobri um escritor humorista, muito na dele, e descobri uma afinidade perfeita com um ideal meu de juventude, inusitado, porém real. Intrigante fato. Guardo até hoje os escritos que mais me chamaram a atenção. Novos tempos, eis que um dia ao escrever na lousa, e por ser eu excelente ouvinte disfarçada, noto comentários surreais, acerca de mulheres, e similares, e consigo rir por dentro, enquanto escrevo, mal sabem eles o quanto meu ouvido é apurado (agora sabem). “Detestaria eu desmascarar certas cumplicidades auditivas, mas que um bom livro daria: “ah” se minha lousa falasse”. Mulheres, não sabem às vezes do que homens juntos são capazes, eu sou mulher, mas privilegiada por ser professora, e diante de professoras, os moços não percebem, a diferença, e tudo falam, e tudo se registra...risos, porque professor de uma hora para outra vira anjo e dizem não ter os anjos, distinção feminino e masculino. É.
Aliás, estes estudantes são artistas inconscientes, um dia, ao trabalhar em sala sobre um exercício de criação de um produto, até conseguiram um “jingle” que poderia virar um sucesso de audiência. Quem sabe? Um ode à mente criativa que comporta inclusive “zenit polar” para ódio de alguns...risos. E o tempo passa, já se vai um novo ciclo, já não discutem mais para fazer trabalhos em grupo, a aluna bicuda agora é só sorrisos, as amizades estão mais firmes, pois o ultimo ciclo se apresenta diante deles e o trabalho de conclusão de curso vem ai gente!! Esta é a melhor parte de ser professor, poder ajudar mais de perto, tentar por vezes desenhar um caminho, seguir um roteiro, oferecer apoio e ver seus estudantes realizando seus sonhos escondidos. Realizam sonhos pessoas atiradas, fora de zona de conforto, fora do comum, sedentas de desafios, exuberantes intelectos que não se fazem de rogados, emagrecem sete quilos porém, o intelecto continua intacto, racional, focado, o que ao meu olhar, é só orgulho, orgulho e orgulho. Quando afirmo três vezes sobre um fato, é porque é tão fundo quanto o oceano, posso mergulhar em uma assertiva que escrevo três vezes, tanto quanto, tatuar, seus nomes dos quais sempre vou me orgulhar enquanto estiver no planeta azul. É como pisar fundo na grama para marcar o passo.
É assim, eu os tenho como pessoas que quero proteger, já me fazem despencar de casa para um dia em que nem trabalho no campus, já me fazem ansiar por datas de apresentações, já me fazem emocionar e abraçar com força um trio inusitado, mas conciso. Também com uma loira bravinha daquelas não há moços que resistam. E dois moços contra uma cinderela não dá...risos.
Descobri finalmente porque ingressei no mundo acadêmico,para presenciar fatos, sentir emoções de pessoas estranhas, que se tornam íntimas, de certo modo, ligadas para todo o sempre, elas querendo ou não. Estou eu, com a mesma ansiedade, no dia da apresentação, certa de que tudo correrá bem, porém, querendo mesmo o resultado: tudo correrá bem mesmo? Eles não ficarão nervosos? Eles sabem, portanto nada devem temer. E desejo subitamente, estar ao lado de cada um ao mesmo tempo para mostrar o quanto eles são importantes. E o quanto me marcaram. Forte. Um dia uma marca toma conta de você, uma marca forte, funda, com 23 partes de sonhos, lutas, emoções, e razões para viver. O melhor da turma motiva? Motiva o melhor da disciplina, motivam todos os ouvintes e isto me anima.
Ouvi diversos relatos e chorei sozinha em casa, porque um certo alguém chorou por ter chegado lá e isto emocionou. Chorei de orgulho de mulheres usando rosa, que estavam nervosas, mas que fizeram tanto por merecer e quem ganhou flores e cartão fui eu? Tem algo muito injusto ai...risos. Chorei, depois e só depois para não fazer feio, por causa de um trio que não me largou, tanto que sai abraçada na foto porque ficamos os quatro colados tamanha emoção. Chorei, de orgulho, do pequeno grande homem ,moço jovem, pai responsável, rosto de menino, muralha convicta, homem adulto que fez por merecer. E chorei, porque, não os terei mais três ou duas noites por semana para colorir meu humor, para passar um pouco de informações e aprender algumas também. Uma vez, eu disse ao mais velho da turma que, a sinergia entre eles era imensa, mesmo com as diferenças, mesmo com os desafetos.É tão verdade isto, que choro agora ao escrever e lembrar-se de todos eles.
Eles viveram uma vida de estudantes, de trabalhadores, de questionadores, dias e noites difíceis de passar, problemas com irmãos, pais, tios, filhos enfim. Todos se ausentaram por vezes por um ou outro detalhe. Lembro da noite que um foi salvar por assim dizer, um irmão mais esquentado, mesmo sendo ele o mais novo da turma, lembro de outra onde um incêndio mexeu muito com um amigo, e ele ficou realmente transtornado. Lembro de uma aluna, muito querida, que perdeu seu pai e como doeu isto em mim. Sou espírita, mas agora, que me conhecem mais, posso dizer, doeu isto em mim, porém o mandamento diz para nos apegarmos ao espírito não a matéria. Contraditório, uma vez que são 4 horas da manhã e escrevo por puro apego que tenho aos senhores...tenho muito que estudar ainda e aprender. Chorei ao ler uma redação de motivação, onde existia um compromisso de almoçar com avós idosos. Chorei ao ler palavras gritando o tanto expressivo que a mudez física impertinente silenciou na aluna especial.
Olha, meus queridos, meus amigos, meus afilhados, meus amados contadores, meus auditores que fizeram por merecer, muralhas intelectuais não tão distantes agora, prestem muita atenção:
Minha vida mudou, um dos fatores, por dentro, se deve a vocês. Muitos fatos aconteceram. E vocês acompanharam a maioria deles. Eu tive momentos felizes ou infelizes por vezes, eu mudei de cargo, de amizades, de pessoas, de relacionamento, de endereço, e agora, hoje, são novas mudanças: profissionais e pessoais. Fortes. Intensas, convictas.Reais.

Mas tem algo que eu não mudei, o meu apreço por vocês.
Dentro do apreço que me cabe, eu exaustivamente escrevo o quanto vocês se tornaram importantes.
Toda a prosperidade do mundo para vocês, todo o amor SINCERO sem máscaras ao redor. Todos merecem pessoas com verdade no coração para seus parceiros no amor. Todo o equilíbrio mental e toda a coragem para abarcar novos desafios de trabalho. Muito dinheiro no bolso mesmo e muitas oportunidades de fazer coisas que tirem vocês da zona de conforto. Não tenho mais o que escrever, é muita emoção em uma noite só. Tem imagens que marcam. Enfim. Sou muito observadora, presenciei cada minuto de vocês ontem. Não há mais o que dizer, só emoções que ficam, que marcam para sempre, acreditem.

28/06/2009

Surreal.


Os negros olhos que um dia encantaram a cigana, hoje mora o tédio e dissabor de uma escolha patética e cômoda, pelo simples medo imputado pelas diferentes castas, de uma tradição, de abraçar o novo e surreal envolvimento que um dia nasceu nele, quando a encarou com firmeza. Ambos, se reconheceram, um no outro, e perceberam, o quanto de sentimento puro e encaixe, existia entre eles, que, entrelaçados, se tocaram em amplo beijo explosivo de paixão, ardor e fidelidade. Foi uma noite de lua cheia, onde na carruagem simplória a qual ele dispunha,cedeu lugar, ao amor verdadeiro e marcante por toda uma eternidade, vivessem quantas vidas tivessem que viver. Ele, sorridente outrora sussurrava: "Parece que estamos em nossa tenda e casados, não parece?" Ela, concordava, e passava os dedos pela lisa pele do seu amado, com cuidado. Ele, retribuía o toque, o qual caminhava em sincronismo ao corpo dela, como se ele adivinhasse instantâneamente, o que fazer e por onde lhe dar prazer. Foi como selar uma promessa de amor, que supera todas as rochas tortuosas do caminho, e que desafiava naquele século, todo e qualquer baralho de tarô. Hoje, separados, os ciganos jamais serão iguais. Ela, ao olhar a fogueira, chora copiosamente, como se uma adaga estivesse cravada funda em seu coração, com as iniciais do nome dele em brasa. Ele, em terra pouco mais distante, na mesma noite, angustiado e emudecido por uma sensação inexplicável, levanta os olhos quase nublados e encara o prateado luar, pronunciando mentalmente, o nome dela, e cerrando os olhos, logo em seguida.  Mesmo sem enxergar naquele momento, ele a vê e a sente, tal qual todos os seguintes dias que vive, sem a sua presença.