04/09/2009

O tapete

Lua cheia. Os dois trocavam olhares no sofá. "Você aceita um Carmenere?" Sugeriu o homem discretamente. "Sim, um dos meus preferidos...mas como foi que adivinhou?" Sorri a moça encantada com a situação. "Um brinde" diz ele, olhando nos olhos dela com força. Eis que ressalta: "Seus olhos brilham sempre assim?". "Não", ela responde - "Só quando se encontram com os teus". "Que bom, temos uma romântica na sala" e ri de volta o rapaz. "Mais vinho?" Novamente oferece ele. "Sim". E ambos, ao levantarem em direção a mesa de puro cristal onde a garrafa de vinho estava, se encostaram, ombros de leve, se tocaram devagar. Sorriram. Ele, mais decidido, lhe passava o braço pelas costas, sentido o seu vestido florido e em um instante, parecia sentir que as flores do tecido desabrochavam...Ela por sua vez, deu um passo para trás, tentando se desvincilhar do óbvio contato, inicialmente inocente, mas por ora, sutilamente, sedutor. "Não fujas de mim", ele balbuciou. "Sua pele, tão macia!". Ela, com receio, tenta escapar do abraço, e novamente, ele a alcança. "Me deixa. Não faz isto", suplica a moça com o corpo arrepiado pelo toque, já meio que ardendo em desejo que tenta esconder."Nunca!", o rapaz declara, abraçando-a com atitude, de modo a impedir que escapasse. E, na sequência poderosa desta atração, seus lábios se resvalam no pescoço dela, até chegar ao seu colo, liso, macio, e sardento.

Tentativa inútil da moça, de fugir de sua paixão guardada, pois ele a puxa contra si e a acaricia, não mais tão gentil, agora, dominante da situação de luta corpórea travada, em êxtase, apressadamente, e sem culpa, suas mãos se perdem no corpo dela em diversos movimentos, explorando, cada parte, de sua cintura, quadris, seios, colo e ombros, onde seus beijos acompanham lentamente, em intervalos propositais, para fazê-la arrepiar e ceder à situação visceral que começara. Ela, já sem controle, lhe arranca a camisa, em movimento acelerado, quase que violentando seus botões, de tamanha vontade de colar o corpo no dele, em ritmo ideal de dois amantes que brindam com um vinho sob a luz do luar.
Toda a sequência de atos maliciosos, por vezes, delicados, tomou conta dos dois em idêntica frequência: ele semi-despido, arranca-lhe o vestido florido, lhe entorpece de beijos e lhe puxa gentilmente ao chão, sobre enorme e macio tapete...ela, por sua vez, como uma fêmea no cio, cede ao encantador paladar que sente dos beijos dele, e se deita, aproveitando para tirar dele, as calças, a roupa de baixo, e já comprimir o corpo dele, com uma chave de pernas forte, o que o surpreende. Já não mais existe o casal receioso do início, e sim dois sonhadores em frenesi, se acaricando, amando e ardendo em chamas imaginárias de tanto prazer!
O gozo efetivo, premia o ato completo, e ambos gemem, ao mesmo tempo e tom, exasperados, agraciados e saciados um pelo outro.
Sorriem. Ainda encaixados, ela o aperta com todas as partes de seu corpo, inclusive no seu membro, que novamente erijeçe, tamanho é o prazer inesperado da contração interna que se segue.
Respiram fundo. Se entreolham. E juntos, abraçados, adormecem sobre o macio e aconchegante tapete daquela sala.

Nenhum comentário:

Postar um comentário