27/04/2014

Uma questão de valor

É por uma questão de valor, que não se abandona alguém doente sozinho, do mesmo modo que, se abre mão do trabalho para acompanhar alguém.
Mas se você abandona alguém doente, que valor esta pessoa tem para você?
E depois não se deve exigir o que não se pode oferecer.
Por esta razão ficará mais fácil entender o motivo de alguém deixar você.
Uma vez conheci alguém que me disse, que o amor era o melhor colchão para eu cair,
desde que, fosse  colchão dele.
O tempo passou, este alguém não está mais na minha vida, mas a frase ficou.
E por isto que, eu sei, que, apesar de eu não ter mais a mesma admiração e confiança,
ainda restará sempre o amor para viver em algum lugar.
Pois provavelmente, o verdadeiro amor, estará sempre ao lado.
E encontra-lo, seja uma questão de tempo.
Quando ela anunciou o estado de saúde, foi por se sentir sozinha naquele hospital. Abandonada.
Mas ele nem se deu conta disto.
Uma pena que ele não a conheça mais.

09/04/2014

Especiaria.

A dança que nunca terão, a faz pensar nas mãos dele em sua cintura.
Os olhares que nunca trocarão, a fazem ter saudades do olhar
que inicialmente aparentava ternura.
O sol quente do amanhecer, o faz imaginar que caloroso seria,
se por acaso ela o tocasse em seu rosto, qualquer dia.
O soar da voz dele, lhe causaria uma ruptura, de feitos,
de comportamentos mediadores, de toda etiqueta que perdura.
Os cúmplices distantes, se entendem, após descobertos,
e têm insônia e cedo despertar, e têm o risco do que desejar.
O desejo é sempre uma dádiva, mas também é um revés,
ao mesmo tempo que alegra, deixa uma sede, quando afogado.
Deixa o ser inebriado e sua boca com secura.
Deixa o corpo dormente e a mente em intensa loucura.
É uma armadilha da mente, cujo réu confesso,
clama latente por esta descompostura.
É como uma especiaria forte, canela ou pimenta,
que invade nosso sentido individualmente.
Se realizado sossega, se deixado de lado, atormenta.
Enquanto o silêncio durar, nada ira mudar.
A especiaria estará a salvo, em seu despertar.