13/10/2009

Viver a vida é fundamental.

Viver a vida é fundamental.
Muito se fala em mentalizar positivo em sua vida. Muito se prega em não se preocupar, e viver a "sua" vida e não a do outro. Perfeito.
Ocorre que a maioria das pessoas tem medo. Sim, pessoas, seres humanos de mais diversas idades, tipos físicos e colocação profissionais, têm medo. Medo do que? Se existiu um berço, uma educação familiar, escolar, uma referência, um ícone na vida de cada um?Medo de se expor e ser rídiculo em relacionamentos, muito pior, do que medo da prova, do concurso, de concorrer a vaga, de pular de pára-quedas ou de mergulhar noturno. Medo. Temer ansiosamente o futuro que o aguarda. Isto é se pré "ocupar", ocupar o tempo em algo que não conhece o resultado, que porventura não aconteceu, e que provavelmente não acontecerá tão ruim como se imagina, ou ao menos, o resultado pode ser um sucesso e não um fracasso como se "temia". Me indignam ainda, as pessoas que têm medo nesta parte por causa de outras, que talvez tenham passado em suas vidas e deixado marcas traumáticas negativas. Me indignam porque eu também já tive as pessoas marcantes negativas, e mesmo com o friozinho na barriga, na alma, por assim dizer, eu jamais neguei contato, jamais rotulei genericamente quem do meu convívio se tornasse. Sim, tenho os traumas, sim já usei terapia (e que excelente fase esta, de se descobrir com ajuda profissional!). Pois bem, nunca tive medo de viver, de me relacionar, de me conhecer melhor, ou ainda, de conhecer melhor as pessoas que me agradam, na real, quando me agradam procuro melhor saber tudo sobre elas. Especialmente se forem do sexo oposto, (risos) porque será?
Ter uma atitude de vencedor/vencedora. Acredito que isto que o maravilhoso Criador quer de nós. Aprendizado, crescimento, vida, aplicar o aprendizado, nem sempre aplicar e errar, aprender com os erros, seguir em frente. Fico sinceramente triste quando vejo uma situação de relacionamento onde tudo, à princípio corre bem, mas uma pessoa da dupla, do casal, por "medo de envolver-se" ou para "proteger o coração", "se preservar", ao invés de dar o passo seguinte natural em sua vida, retrocede. Isto é o famoso "pé atrás". Me pergunto: somos adultos ou não para lidar com nossas dores? Com nossos traumas? Até quando precisamos do colo do pai, da mãe ou de uma casca mentirosa protetora que somos sempre poderosos? Na verdade só mostramos na maioria das vezes, a bonita embalagem, a coragem, as certezas, os conselhos bons só para os amigos. Agora seguir nossos próprios? De nossas decisões tomadas a sós, lá no íntimo? Sabe? Seguir a primeira intuição? O dito primeiro feeling? Ah! Mas tenho medo, já sofri demais, por amigos falsos. Por falsos amores. Por "n" situações. E assim, talvez se perca a oportunidade de conhecer melhor uma pessoa bacana. Seja amor, seja companhia, seja amigo que pensa diferente de você. É assim: se quase morri afogada tenho pânico de água, todos têm que me entender e parar de querer que eu vá para a piscina...ótimo! Eu pergunto: nunca mais vou tomar banho? Nunca mais vou me molhar então? Vou sair correndo se não tiver abrigo quando chover porque a água caindo sobre o meu corpo pode me matar, me afogar?? Ora ora, faça-me o favor. Evidente que traumas são marcantes. Evidente que levam tempo para curar. Mas a questão é: eu quero me curar? Quero enfrentar meus medos de frente? Quero acabar com todos eles?
Não, não é fácil, pois primeiro de tudo ter medo de alguma coisa e admitir isto, é sinal de "fraqueza". Será? Não. Creio que o primeiro passo para enfrentar o medo é vê-lo de frente, estabelecer assim uma conversa de boteco com ele: "Uma cerveja, dois copos por favor". Coloque um copo para você e outro para servir seu medo. É, faça dele seu parceiro. Converse:
"Camarada é o seguinte: Você tem ficado tempo demais comigo, agora tá na hora de você seguir viagem, só que eu fico, correto?". Ele vai retrucar você, óbvio, vai querer te convencer que são parceiros, amigos há tanto tempo que não vai conseguir andar sem ele. Imagine. Vai sim. Deixa o teu medo partir depois do boteco. Deixa que ele se vá com prévio aviso, porque você antes de encontrar com ele no boteco, se encarou no espelho e viu de relance a coragem do seu lado. Mas o medo era tão próximo de você que ficou entre vocês e ela, a coragem, não conseguiu te encarar. Encare. Tenho medo disto, daquilo, daquilo outro, pense, anote, faça as projeções que tem que fazer dos prós e contras para resolver. Resolva, se for para pular de pára-quedas procure instrutor, se for para conhecer sua mente, uma terapia, se for trauma de idioma, procure o curso...e assim por diante. Putz! E se for medo de se relacionar? De se envolver com alguém de verdade? Bom, diz a Martha Medeiros que quem não quer se envolver que namore uma planta. Tenho que concordar com ela. Se eu fosse viver os meus medos todos que eu tenho sem enfrentá-los, não teria namorado mais depois dos quinze anos, não teria ficado noiva depois dos dezoito, não teria namorado de novo depois dos vinte e um, não teria me casado aos trinta, e não teria me separado antes de completar trinta e sete. Obviamente a receita não é igual para todos. Mas dando meu próprio exemplo, eu apenas quero deixar claro que, para cada fase da vida, existe sim algo a enfrentar. Existe sim, um medo para levar ao boteco. E existe a infinita possibilidade de também, ao levar seu medo para passear e se despedir dele, que a coragem que esteja ao seu lado te traga inúmeros momentos felizes para viver e recordar, ao lado de alguém que te acalme, te faça feliz e esteja contigo em todas as piores horas, não só nas festas...
Que todo trauma na vida de alguém não seja tão largo,tão forte e tão alto, que não se possa enxergar a coragem que carrega, ainda que esta seja anã.
Que a vida seja vivida e os problemas enfrentados um a um, com ou sem terapia, com ajuda de amigos, parentes ícones e com a sua própria porque a decisão no fundo é sempre a sua.
Que os seres humanos que nos cercam continuem fazendo parte de nossas vidas e que tenhamos capacidade de não despejá-los de nosso íntimo, quando notarmos que eles estão com uma chave do nosso pequeno coração, porque sinceramente, viver a vida é fundamental, e sozinhos não fazemos verão. Se sentirmos a falta de palavras para definir o que sentimos por determinada companhia, que não deixemos a companhia partir.
Sinceramente, amigos são para sempre até que os mesmos combinem nossos anseios. Mas uma pessoa mais cúmplice e mais especial junto conosco, é que nos motivam a fazer grandes feitos.
E se eu estiver louca, e se não for assim, vai valer a pena de qualquer jeito, porque defeito por defeito eu já me cansei dos meus, quero é aprender a conviver com os dos outros. E quando me proponho, até aprendo.
Agora, me dá licença, que estou "devendo" uma breja para meu medo antes de me matricular para a natação...
Boa sorte para todos nós.

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