25/12/2009
O tempo.
10/12/2009
Nocaute positivo.
08/12/2009
No seu ano novo...
23/11/2009
Sem cera.
17/11/2009
Não é só porque é você.
15/11/2009
Você existe?
09/11/2009
O guerreiro encantador.
Enxergar
Mas também é observar o que está fisicamente ao redor.
Enxergar é ter uma percepção mais aguçada sem ouvir confirmações.
Mas também é pausadamente, ouvir a voz do coração.
Enxergar é pensar no que a razão te diz.
Mas enxergar, por vezes, é ver com o coração.
Enxergar não é ver como você quer.
Mas poder discernir o bom do ruim, para você.
Aprendo hoje a enxergar. A observar melhor.
Aprendi que ver é quase tudo, mas sentir é um bem maior.
Ver pelo seu prisma é melhor para você.
Mas não enxergar o que o outro sente, te é pior.
Que eu consiga se diferente, que eu observe lá dentro das pessoas.
E que eu não enxergue só o que eu quero ver. Que eu não me engane à toa.
Que eu enxergue as pessoas como elas são.
E que seja possível, me verem como eu sou.
Porque quem realmente não tem nada a esconder, se deixa ver.
03/11/2009
Dias felizes.
28/10/2009
Expectativa e angústia.
Todos nós, com raras exceções, estamos em busca dos resultados que visem o crescimento espiritual, moral e material. Criamos EXPECTATIVAS diante das nossas ações que visam alcançar os nossos desideratos. Focamos no trabalho, nos clientes, nos amigos, na família, enfim, ungimos uma série de EXPECTATIVAS que, por vezes, acabam se tornando irreais.
Contudo, a vida nos coloca frente a frente com situações que acabam por nos angustiar, ou seja, quem não teve decepção com uma pessoa que "era" considerada um(a) grande amigo(a) e quando mais você precisou dele(a), lhe foi conferido um singular desprezo? Quem não se decepcionou com aquele cliente que acha que sabe tudo, que entende tudo, mas que no fundo é um Mestre em ignorância? Quem não se revoltou com a desconfiança sem precedentes? Quem não se deparou com pessoas que dizem adorar você, mas que sempre tomam atitudes que só tendem a lhe diminuir? Quem, do seu rol, já não lhe traiu em confiança, em respeito, em afeto, em credibilidade?
É óbvio que onde habita o ser humano honesto, também reside o desonesto. E quando falamos aqui em desonestidade, estamos relacionando a completa ausência de verdade para consigo mesmo e também com relação ao próximo. Existem - e são muitas - pessoas que não se respeitam e, neste sentido, jamais conseguirão respeitar o seu semelhante.
Isso tudo acaba gerando a inevitável e inconfundível ANGÚSTIA, que é a sensação psicológica, caracterizada por coisas não realizadas, insegurança, falta de humor, ressentimento e dor. Na moderna psiquiatria é considerada uma doença que pode produzir problemas psicossomáticos.
Aproveito esse momento para lhes passar o meu processo empírico, ou seja, neste ano de 2009 deparei com clientes que me geraram profunda ANGÚSTIA - em nada relacionada aos "ossos do ofício" -; deparei com alguns familiares que continuaram a me decepcionar, gerando inconformada e inseparável ANGÚSTIA; deparei com alguns "fictícios" amigos que só me ocasionaram inexplicável ANGÚSTIA e isso, conforme dito acima, gera, e no meu caso literalmente gerou, somatizações orgânicas - não sei ainda se por um tempo determinado ou por muito tempo. Nada grave, mas que exige cuidado para não agravar.
Em síntese, sugiro que vocês, meus diletos clientes e amigos, evitem criar EXPECTATIVAS com relação ao ser humano que lhe circunda, seja qual for o grau de importância que ele tenha na sua vida (mulher, filhos, amigos, parentes, clientes, etc). Não existindo EXPECTATIVA, a ANGÚSTIA (consequência) dificilmente aparecerá e, ato contínuo, seu organismo estará muito mais fortalecido para combater eventuais somatizações.
Há no mundo três espécies de seres humanos, O BURRO, O ESPERTO E O SÁBIO. O primeiro, apanha da vida e nunca aprende. O segundo apanha e aprende, não cometendo mais o mesmo equívoco. O terceiro, aprende com a surra que os outros levam. "
14/10/2009
Se minha vida fosse um livro...
Meu selinho vai para o amigo Mago das Panelas. :)
Confissões.
13/10/2009
Viver a vida é fundamental.
Muito se fala em mentalizar positivo em sua vida. Muito se prega em não se preocupar, e viver a "sua" vida e não a do outro. Perfeito.
Ocorre que a maioria das pessoas tem medo. Sim, pessoas, seres humanos de mais diversas idades, tipos físicos e colocação profissionais, têm medo. Medo do que? Se existiu um berço, uma educação familiar, escolar, uma referência, um ícone na vida de cada um?Medo de se expor e ser rídiculo em relacionamentos, muito pior, do que medo da prova, do concurso, de concorrer a vaga, de pular de pára-quedas ou de mergulhar noturno. Medo. Temer ansiosamente o futuro que o aguarda. Isto é se pré "ocupar", ocupar o tempo em algo que não conhece o resultado, que porventura não aconteceu, e que provavelmente não acontecerá tão ruim como se imagina, ou ao menos, o resultado pode ser um sucesso e não um fracasso como se "temia". Me indignam ainda, as pessoas que têm medo nesta parte por causa de outras, que talvez tenham passado em suas vidas e deixado marcas traumáticas negativas. Me indignam porque eu também já tive as pessoas marcantes negativas, e mesmo com o friozinho na barriga, na alma, por assim dizer, eu jamais neguei contato, jamais rotulei genericamente quem do meu convívio se tornasse. Sim, tenho os traumas, sim já usei terapia (e que excelente fase esta, de se descobrir com ajuda profissional!). Pois bem, nunca tive medo de viver, de me relacionar, de me conhecer melhor, ou ainda, de conhecer melhor as pessoas que me agradam, na real, quando me agradam procuro melhor saber tudo sobre elas. Especialmente se forem do sexo oposto, (risos) porque será?
Ter uma atitude de vencedor/vencedora. Acredito que isto que o maravilhoso Criador quer de nós. Aprendizado, crescimento, vida, aplicar o aprendizado, nem sempre aplicar e errar, aprender com os erros, seguir em frente. Fico sinceramente triste quando vejo uma situação de relacionamento onde tudo, à princípio corre bem, mas uma pessoa da dupla, do casal, por "medo de envolver-se" ou para "proteger o coração", "se preservar", ao invés de dar o passo seguinte natural em sua vida, retrocede. Isto é o famoso "pé atrás". Me pergunto: somos adultos ou não para lidar com nossas dores? Com nossos traumas? Até quando precisamos do colo do pai, da mãe ou de uma casca mentirosa protetora que somos sempre poderosos? Na verdade só mostramos na maioria das vezes, a bonita embalagem, a coragem, as certezas, os conselhos bons só para os amigos. Agora seguir nossos próprios? De nossas decisões tomadas a sós, lá no íntimo? Sabe? Seguir a primeira intuição? O dito primeiro feeling? Ah! Mas tenho medo, já sofri demais, por amigos falsos. Por falsos amores. Por "n" situações. E assim, talvez se perca a oportunidade de conhecer melhor uma pessoa bacana. Seja amor, seja companhia, seja amigo que pensa diferente de você. É assim: se quase morri afogada tenho pânico de água, todos têm que me entender e parar de querer que eu vá para a piscina...ótimo! Eu pergunto: nunca mais vou tomar banho? Nunca mais vou me molhar então? Vou sair correndo se não tiver abrigo quando chover porque a água caindo sobre o meu corpo pode me matar, me afogar?? Ora ora, faça-me o favor. Evidente que traumas são marcantes. Evidente que levam tempo para curar. Mas a questão é: eu quero me curar? Quero enfrentar meus medos de frente? Quero acabar com todos eles?
Não, não é fácil, pois primeiro de tudo ter medo de alguma coisa e admitir isto, é sinal de "fraqueza". Será? Não. Creio que o primeiro passo para enfrentar o medo é vê-lo de frente, estabelecer assim uma conversa de boteco com ele: "Uma cerveja, dois copos por favor". Coloque um copo para você e outro para servir seu medo. É, faça dele seu parceiro. Converse:
"Camarada é o seguinte: Você tem ficado tempo demais comigo, agora tá na hora de você seguir viagem, só que eu fico, correto?". Ele vai retrucar você, óbvio, vai querer te convencer que são parceiros, amigos há tanto tempo que não vai conseguir andar sem ele. Imagine. Vai sim. Deixa o teu medo partir depois do boteco. Deixa que ele se vá com prévio aviso, porque você antes de encontrar com ele no boteco, se encarou no espelho e viu de relance a coragem do seu lado. Mas o medo era tão próximo de você que ficou entre vocês e ela, a coragem, não conseguiu te encarar. Encare. Tenho medo disto, daquilo, daquilo outro, pense, anote, faça as projeções que tem que fazer dos prós e contras para resolver. Resolva, se for para pular de pára-quedas procure instrutor, se for para conhecer sua mente, uma terapia, se for trauma de idioma, procure o curso...e assim por diante. Putz! E se for medo de se relacionar? De se envolver com alguém de verdade? Bom, diz a Martha Medeiros que quem não quer se envolver que namore uma planta. Tenho que concordar com ela. Se eu fosse viver os meus medos todos que eu tenho sem enfrentá-los, não teria namorado mais depois dos quinze anos, não teria ficado noiva depois dos dezoito, não teria namorado de novo depois dos vinte e um, não teria me casado aos trinta, e não teria me separado antes de completar trinta e sete. Obviamente a receita não é igual para todos. Mas dando meu próprio exemplo, eu apenas quero deixar claro que, para cada fase da vida, existe sim algo a enfrentar. Existe sim, um medo para levar ao boteco. E existe a infinita possibilidade de também, ao levar seu medo para passear e se despedir dele, que a coragem que esteja ao seu lado te traga inúmeros momentos felizes para viver e recordar, ao lado de alguém que te acalme, te faça feliz e esteja contigo em todas as piores horas, não só nas festas...
Que todo trauma na vida de alguém não seja tão largo,tão forte e tão alto, que não se possa enxergar a coragem que carrega, ainda que esta seja anã.
Que a vida seja vivida e os problemas enfrentados um a um, com ou sem terapia, com ajuda de amigos, parentes ícones e com a sua própria porque a decisão no fundo é sempre a sua.
Que os seres humanos que nos cercam continuem fazendo parte de nossas vidas e que tenhamos capacidade de não despejá-los de nosso íntimo, quando notarmos que eles estão com uma chave do nosso pequeno coração, porque sinceramente, viver a vida é fundamental, e sozinhos não fazemos verão. Se sentirmos a falta de palavras para definir o que sentimos por determinada companhia, que não deixemos a companhia partir.
Sinceramente, amigos são para sempre até que os mesmos combinem nossos anseios. Mas uma pessoa mais cúmplice e mais especial junto conosco, é que nos motivam a fazer grandes feitos.
E se eu estiver louca, e se não for assim, vai valer a pena de qualquer jeito, porque defeito por defeito eu já me cansei dos meus, quero é aprender a conviver com os dos outros. E quando me proponho, até aprendo.
Agora, me dá licença, que estou "devendo" uma breja para meu medo antes de me matricular para a natação...
Boa sorte para todos nós.
22/09/2009
Fraco.
Ser fraco, é ser covarde e não enfrentar de cara, a verdade.
Ser fraco, é se deixar levar por futilidades.
Ser fraco, é se conduzir, pelo mais fácil e mais cômodo.
Ser fraco, é não dar valor a quem se importa, não se importar, e por isto, perder.
Ser fraco, na real, é aprontar para alguém e não querer se desculpar.
Ser fraco, é ter a destreza de desencantar alguém especial.
Tanta fraqueza, seria mais apropriada a quem é na verdade, jovem e frágil, ainda.
Tanta fraqueza, não cabe confortavelmente, em homem feito.
Mas se é homem feito, onde está a mentalidade que deveria vir de brinde e acompanhar?
Peter pan, só em conto de fadas...e as fadas, ainda são mais dedicidas do que o fraco.
Até mesmo os anjos são mais maduros que o fraco, ainda que tão puros...
Infelizmente, o fracasso é mesmo o teu, e a prova viva deste evento, sou eu.
Não é a toa, que ser fraco é perder, pensa...o F é a sexta letra do alfabeto, nem em terceiro lugar está...enquanto o "C" de coragem vem primeiro, mas só permanece, se você assim deixar.
Quem nada faz, para consertar os erros, se arrepende amargamente, leve o tempo que levar.
Mas para se arrepender quando se erra, antes é preciso humildade para consentir que errou.
Que síntese: o perdedor é um soberbo enrustido, um ausente de coragem...
18/09/2009
Lembranças do Guarujá.
04/09/2009
O tapete
Tentativa inútil da moça, de fugir de sua paixão guardada, pois ele a puxa contra si e a acaricia, não mais tão gentil, agora, dominante da situação de luta corpórea travada, em êxtase, apressadamente, e sem culpa, suas mãos se perdem no corpo dela em diversos movimentos, explorando, cada parte, de sua cintura, quadris, seios, colo e ombros, onde seus beijos acompanham lentamente, em intervalos propositais, para fazê-la arrepiar e ceder à situação visceral que começara. Ela, já sem controle, lhe arranca a camisa, em movimento acelerado, quase que violentando seus botões, de tamanha vontade de colar o corpo no dele, em ritmo ideal de dois amantes que brindam com um vinho sob a luz do luar.
Toda a sequência de atos maliciosos, por vezes, delicados, tomou conta dos dois em idêntica frequência: ele semi-despido, arranca-lhe o vestido florido, lhe entorpece de beijos e lhe puxa gentilmente ao chão, sobre enorme e macio tapete...ela, por sua vez, como uma fêmea no cio, cede ao encantador paladar que sente dos beijos dele, e se deita, aproveitando para tirar dele, as calças, a roupa de baixo, e já comprimir o corpo dele, com uma chave de pernas forte, o que o surpreende. Já não mais existe o casal receioso do início, e sim dois sonhadores em frenesi, se acaricando, amando e ardendo em chamas imaginárias de tanto prazer!
O gozo efetivo, premia o ato completo, e ambos gemem, ao mesmo tempo e tom, exasperados, agraciados e saciados um pelo outro.
Sorriem. Ainda encaixados, ela o aperta com todas as partes de seu corpo, inclusive no seu membro, que novamente erijeçe, tamanho é o prazer inesperado da contração interna que se segue.
Respiram fundo. Se entreolham. E juntos, abraçados, adormecem sobre o macio e aconchegante tapete daquela sala.
21/08/2009
Irmã.
10/08/2009
Flores
29/07/2009
It´s over.
Até agora, não estou certa, se fiz mal, se fiz bem, se foi tudo verdade, se foi momentâneo. Se causou um pequeno impacto bacana para você. Se você sente saudades do que vivenciamos, ainda que em curtíssimo prazo, se marcou também, para você.
Uma escolha tua (casual ou não) me mostrou algo curioso, uma maneira dolorida para mim, mas muito sutil, para você, de me indicar que “somos só amigos”, parece, que você esticou uma faixa com luzes piscantes, para que eu de qualquer lugar que estivesse, tivesse ao alcance dos olhos o logo “da amizade”. Tudo bem. É fato. Dói muito hoje, menos que ontem, mas ainda, está latejando. Que fazer? Nada. Esperar esta dor terminar, quieta, com maturidade, pois afinal, atingi certa idade (risos). A vida é feita de escolhas e a todo tempo somos inseridos no contexto do escolher “ou isto ou aquilo” ou “este ou aquele”. Eu escolhi pelo que te vai por dentro e pelo que admiro espiritualmente, não pelo que vejo, ou toco.
Preferi escrever, pois, não tenho como olhar para você, hoje, agora, e dizer palavra por palavra tudo isto que me vem em mente, sem me expor, sem ter medo. É, o texto protege, protege de talvez eu me decepcionar ainda mais, conforme sua reação ao me ouvir. E também porque você se importaria? Afinal, amizade é isto. Não tem uma coisa a haver com outra, dentro da amizade, que pensamos ter. E decepção? Acontece o tempo todo, no mundo...
Continuar a amizade, certamente, fantasiada, no silêncio, de tudo o que eu gostaria de dizer, de poucas coisas latentes que prezaria em gritar, não como insatisfação, mas como emoção mesmo, porque querendo ou não, lutando ou sendo pacífica, eu, gosto de você, mais do que imaginava.
É normal, uma pessoa que me marca tem esta propriedade: devido ao grau de importância atribuído. Não me permito contestar você "de cara", nem me afastar bruscamente, para que, você, não note, não enxergue rapidamente, o que sinto agora. A não ser que sua memória seja muito boa e você se lembre de que, enquanto me importo demais o suficiente para incomodar o sentimento profundo, eu me afasto. (E quando não tem mais a emoção latente, não me importo de conviver...)
Me afasto, em físico e um pouco em pensamento. Pois sei, que hoje, o melhor seria estar em outro país até, para ficar o mais longe possível e facilitar todo o processo que ainda tenho que passar, que se chama “esquecer”. Esquecer do homem que mexeu com os sentimentos. Gravar o amigo. Sem e "com".
Eu escrevo para registrar: que meus atos foram totalmente emocionais, plenamente consentidos e cem por cento verdadeiros em relação ao que senti e expressei quando ao teu lado.
It´s over. E é pena, pelo futuro que talvez, poderia ser e não foi.
“coração”.
25/07/2009
Olhar espanhol.
Pupilas dilatadas e iluminadas de alegria.
Sorriso de infância no rosto.
Sorriso maroto e desperto.
Por vezes olhar de vulcão, por vezes,
Inofensivo e cativante como criança,
Em outras, suas idéias devassas transmite.
Espanhol de coração, anjo negro que perde a razão,
É você, tão belo, tão terno e tão “caliente”.
Um “déjá vu” me causa desde sempre.
Uma irremediável vontade de dançar.
Andando em jardins, parece-me familiar.
Não sei se a caminhada, ou a companhia,
faz-me de ti recordar.
Me enlace pela cintura, me pegue pela candura.
Prende-me e me seqüestre por um dia, quem sabe?
Se tu não queres adoçar minha vida porque me miras?
Nas cócegas infantis vivem inconseqüentes pequenos flertes.
E eu já não te olho mais, como antigamente.
Espanhol, forte, pulsante. Voz de rouxinol.
Sabor de café da manhã quente.
Aroma de jasmim do meu inconsciente.
Enche meu dia de beleza e alegria.
Faz ondas de calor imaginárias no ar.
Faz com seu toque, meu corpo todo arrepiar.
Faz com sua risada sutil, uma música.
Faz-se presente, mesmo ausente.
Deixa saudade, que embriaga.
Deixa saudade de coisas que jamais vivi.
Ou, talvez, vivemos há séculos.
Quem sabe?
Sei que improvável é o acaso culpar
das delícias que tu provocas só,
no teu simples ato, de ser e de estar.
24/07/2009
O verdadeiro tesouro.
22/07/2009
O leão adormecido (Texto de 25/10/2007)
18/07/2009
Vulcão anônimo.
15/07/2009
Lírio dos campos - Lenita
O não quase sim.
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Coração de cristal
10/07/2009
Príncipe das Marés (adaptação do real)
05/07/2009
Anjos.
01/07/2009
Os vinte e três estudantes.
Primeiras noites em sala, primeiros contatos. Alguns alegres, outros cansados, dias duros de trabalhos contábeis, fretamento que atrasa, contas para pagar que arrasam a alma de qualquer futuro contador, a má sorte do desemprego paira por vezes, dá um desânimo que só. Olhando ao fundo destes olhares, percebo isto, e muito mais, um descontentamento, uma fuga mental temporária, sorrisos, cabeça nas obrigações do dia seguinte. O tio da sala já se expressa, já tem seus fãs.
O tempo vai passando, enxergo um pouco mais dos estudantes, sou menos mistério para alguns, euforia para outros e decididamente poucos não me toleram tanto (não os culpo!). Uma aluna presta muita atenção, quando comento de motivação, erros/acertos, sobre a decisão de mudar de emprego, eu noto que o discurso comum aos meus olhos, se transforma em um roteiro, no sentido de incomodar, de questionar. É para isto que vim, vim para tumultuar o ambiente acadêmico no sentido mental do ser e de estar. Eu entro em sala de aula com um mantra: “não formo Maria mole” e a “presença não é virtual”, este último, aborrece quem pouco me sabe sobre mim, resultado: falatórios, revoltas, visitas à coordenação, mas na minha frente, silêncio puro, daqueles quase morteiros...
Como nem todos são iguais por dentro, um ou outro mais inflamado, mais justiceiro `a moda antiga, me antecede o “perigo”. Fico grata, mas fico aborrecida, coisas da vida, que muitas vezes ainda mexem com o id, e ego, sem distinção. Mas eu sou persistente. A fé é algo importante demais para mim, é meu fôlego. Minha sede saciada. Mas, não coloco Deus para fazer tudo o que eu preciso, pois ele já tem trabalho demais no Cosmos, gosto mesmo é de manter a fé nas pessoas. E coloquei muita fé nestas vinte e poucas pessoas. E como todo reinado, tem seus demônios temporários (nossas neuras, nossos medos e ansiedades), todo reinado tem também, seu menino fanfarrão, de olhar meio espanhol, meio infantil, de quem leva a vida na boa, mas de quem se pode contar, se precisar, mesmo que esteja “pavio curto”, no fundo, é só sorrir firme para ele desatar. Acredito que este homem em formato de “bebezão”, mudou muito mesmo, as pessoas ao redor, e mesmo com as reclamações de praxe, soube manter a turma focada no principal. Passa-se mais um tempo, o qual não consigo medir, nem contar, nem querer que volte atrás por não mais me pertencer. E consigo identificar um pequeno grande homem, com o dom da palavra, e da defesa, que provavelmente está no curso errado, pois advoga muito bem pela sua “sala”. Aproveito e confiro uma tagarela de plantão (risos). Nota: tagarelas de plantão são geralmente mulheres feitas, bonitas, decididas que já não tem muito tempo a perder com bobagens e por isto, estão a todo vapor que nem locomotivas desenfreadas, pois anseiam avidamente por informação tanto quanto as “prestam” (daí as razões para “tagarelar”), geralmente, tais mulheres são possuidoras de perfil esguio e “dedinhos” maravilhosos aos olhos masculinos e logicamente muita beleza.
E começo a perceber outros cantos, o galã colecionador de bonés de muito bom gosto, a sardenta tímida já profissional da área, a sem cera, a celebridade que quer tirar só boas notas, as moças que riem todo o tempo e uma, de olhar profundo, que não fala por mero acaso “físico” impertinente, pois seus olhos dizem muito, seu coração, mais ainda. Agora quem se cala sou eu, o que eu vim fazer aqui que vai ajudar todos estes? Quem sou eu mesmo? Sou a professora, de certo modo responsável por aquilo que vão ter por dentro, acerca de determinadas disciplinas, tomara, pois não costumo me arrepender de algo que eu tenha feito, e o pouco que fiz, foi assumir um compromisso de lecionar para futuros contadores. Mais uma semana de estudos de perfis e surpresas agradáveis.
Nova semana, eis que surge o essencial (invisível aos olhos). Um firme “boa noite”, um olhar contido, lúgubre, ébano, mas reluzente. Jovial caráter, passos dificultados por questões de bandagens. Alma peculiar que se destaca. Silêncio. Risadas, os estudantes parecem ter reatado com brinquedos de infância, um certo “circo” toma conta do grupo, o tumultuador que adora ser centro das atenções se irrita sadiamente, eu não consigo conter o bom humor causado pela entrada perpicaz, porém, efusiva, deste moço e portanto, também sou obrigada a sorrir (embora a vontade tenha sido de rir igual a eles) e o encarar com o mesmo olhar firme que me disparou.
As sextas feiras não serão mais as mesmas, depois de um bate-papo de “motivação”, invento um concurso, belos textos se apresentam, e a tagarela de plantão praticamente me convence a escrever igual a minha proposta, firmado o contrato, só me resta cumprir, pois estes auditores são terríveis cobradores de mim.
A aula acaba tarde, o coordenador se surpreende ao ver alunos contabilistas sorrindo e saindo mais tarde na sexta feira à noite, quase 23 hs? Nossa, nem eu acredito, mas foi com estes seres únicos que aconteceu. Volto para casa, não consigo dormir, tenho que ler curiosamente, os escritos dos estudantes, eles não sabem ainda, mas já me emocionam muito com suas convicções, comentários, motivações e silêncios de olhares que expressam muito. Descobri um escritor humorista, muito na dele, e descobri uma afinidade perfeita com um ideal meu de juventude, inusitado, porém real. Intrigante fato. Guardo até hoje os escritos que mais me chamaram a atenção. Novos tempos, eis que um dia ao escrever na lousa, e por ser eu excelente ouvinte disfarçada, noto comentários surreais, acerca de mulheres, e similares, e consigo rir por dentro, enquanto escrevo, mal sabem eles o quanto meu ouvido é apurado (agora sabem). “Detestaria eu desmascarar certas cumplicidades auditivas, mas que um bom livro daria: “ah” se minha lousa falasse”. Mulheres, não sabem às vezes do que homens juntos são capazes, eu sou mulher, mas privilegiada por ser professora, e diante de professoras, os moços não percebem, a diferença, e tudo falam, e tudo se registra...risos, porque professor de uma hora para outra vira anjo e dizem não ter os anjos, distinção feminino e masculino. É.
Aliás, estes estudantes são artistas inconscientes, um dia, ao trabalhar em sala sobre um exercício de criação de um produto, até conseguiram um “jingle” que poderia virar um sucesso de audiência. Quem sabe? Um ode à mente criativa que comporta inclusive “zenit polar” para ódio de alguns...risos. E o tempo passa, já se vai um novo ciclo, já não discutem mais para fazer trabalhos em grupo, a aluna bicuda agora é só sorrisos, as amizades estão mais firmes, pois o ultimo ciclo se apresenta diante deles e o trabalho de conclusão de curso vem ai gente!! Esta é a melhor parte de ser professor, poder ajudar mais de perto, tentar por vezes desenhar um caminho, seguir um roteiro, oferecer apoio e ver seus estudantes realizando seus sonhos escondidos. Realizam sonhos pessoas atiradas, fora de zona de conforto, fora do comum, sedentas de desafios, exuberantes intelectos que não se fazem de rogados, emagrecem sete quilos porém, o intelecto continua intacto, racional, focado, o que ao meu olhar, é só orgulho, orgulho e orgulho. Quando afirmo três vezes sobre um fato, é porque é tão fundo quanto o oceano, posso mergulhar em uma assertiva que escrevo três vezes, tanto quanto, tatuar, seus nomes dos quais sempre vou me orgulhar enquanto estiver no planeta azul. É como pisar fundo na grama para marcar o passo.
É assim, eu os tenho como pessoas que quero proteger, já me fazem despencar de casa para um dia em que nem trabalho no campus, já me fazem ansiar por datas de apresentações, já me fazem emocionar e abraçar com força um trio inusitado, mas conciso. Também com uma loira bravinha daquelas não há moços que resistam. E dois moços contra uma cinderela não dá...risos.
Descobri finalmente porque ingressei no mundo acadêmico,para presenciar fatos, sentir emoções de pessoas estranhas, que se tornam íntimas, de certo modo, ligadas para todo o sempre, elas querendo ou não. Estou eu, com a mesma ansiedade, no dia da apresentação, certa de que tudo correrá bem, porém, querendo mesmo o resultado: tudo correrá bem mesmo? Eles não ficarão nervosos? Eles sabem, portanto nada devem temer. E desejo subitamente, estar ao lado de cada um ao mesmo tempo para mostrar o quanto eles são importantes. E o quanto me marcaram. Forte. Um dia uma marca toma conta de você, uma marca forte, funda, com 23 partes de sonhos, lutas, emoções, e razões para viver. O melhor da turma motiva? Motiva o melhor da disciplina, motivam todos os ouvintes e isto me anima.
Ouvi diversos relatos e chorei sozinha em casa, porque um certo alguém chorou por ter chegado lá e isto emocionou. Chorei de orgulho de mulheres usando rosa, que estavam nervosas, mas que fizeram tanto por merecer e quem ganhou flores e cartão fui eu? Tem algo muito injusto ai...risos. Chorei, depois e só depois para não fazer feio, por causa de um trio que não me largou, tanto que sai abraçada na foto porque ficamos os quatro colados tamanha emoção. Chorei, de orgulho, do pequeno grande homem ,moço jovem, pai responsável, rosto de menino, muralha convicta, homem adulto que fez por merecer. E chorei, porque, não os terei mais três ou duas noites por semana para colorir meu humor, para passar um pouco de informações e aprender algumas também. Uma vez, eu disse ao mais velho da turma que, a sinergia entre eles era imensa, mesmo com as diferenças, mesmo com os desafetos.É tão verdade isto, que choro agora ao escrever e lembrar-se de todos eles.
Eles viveram uma vida de estudantes, de trabalhadores, de questionadores, dias e noites difíceis de passar, problemas com irmãos, pais, tios, filhos enfim. Todos se ausentaram por vezes por um ou outro detalhe. Lembro da noite que um foi salvar por assim dizer, um irmão mais esquentado, mesmo sendo ele o mais novo da turma, lembro de outra onde um incêndio mexeu muito com um amigo, e ele ficou realmente transtornado. Lembro de uma aluna, muito querida, que perdeu seu pai e como doeu isto em mim. Sou espírita, mas agora, que me conhecem mais, posso dizer, doeu isto em mim, porém o mandamento diz para nos apegarmos ao espírito não a matéria. Contraditório, uma vez que são 4 horas da manhã e escrevo por puro apego que tenho aos senhores...tenho muito que estudar ainda e aprender. Chorei ao ler uma redação de motivação, onde existia um compromisso de almoçar com avós idosos. Chorei ao ler palavras gritando o tanto expressivo que a mudez física impertinente silenciou na aluna especial.
Olha, meus queridos, meus amigos, meus afilhados, meus amados contadores, meus auditores que fizeram por merecer, muralhas intelectuais não tão distantes agora, prestem muita atenção:
Minha vida mudou, um dos fatores, por dentro, se deve a vocês. Muitos fatos aconteceram. E vocês acompanharam a maioria deles. Eu tive momentos felizes ou infelizes por vezes, eu mudei de cargo, de amizades, de pessoas, de relacionamento, de endereço, e agora, hoje, são novas mudanças: profissionais e pessoais. Fortes. Intensas, convictas.Reais.
Mas tem algo que eu não mudei, o meu apreço por vocês.
Dentro do apreço que me cabe, eu exaustivamente escrevo o quanto vocês se tornaram importantes.
Toda a prosperidade do mundo para vocês, todo o amor SINCERO sem máscaras ao redor. Todos merecem pessoas com verdade no coração para seus parceiros no amor. Todo o equilíbrio mental e toda a coragem para abarcar novos desafios de trabalho. Muito dinheiro no bolso mesmo e muitas oportunidades de fazer coisas que tirem vocês da zona de conforto. Não tenho mais o que escrever, é muita emoção em uma noite só. Tem imagens que marcam. Enfim. Sou muito observadora, presenciei cada minuto de vocês ontem. Não há mais o que dizer, só emoções que ficam, que marcam para sempre, acreditem.