02/12/2015

REENCONTROS.


 
Pensa comigo: se alguém te chama para reencontrar, o que deve considerar é a vontade efetiva de te ver. Reencontros em grupo não tem nada a haver com questão de etiqueta. Nem mesmo de status social ou tampouco com fofocas de revista. Reencontros cumprem certa ética do bom convívio.

Reencontros têm um significado: você saber se aquela pessoa que você gosta, aquela a qual você se recorda com admiração, bom humor e gratidão, está bem. (Estar bem não é um padrão universal, estar bem, de acordo com a crença e a contendo individual é personalíssimo). Se aqueles olhos que você lembra, se aquelas risadas que você memorizou, se aqueles cabelos que balançavam quando a pessoa andava, ainda estão nesta pessoa.

Reencontros, ao contrário do que possa parecer, para alguns, não nos remetem necessariamente a questionar a conta bancária daquela pessoa, ou sua lista de bens. Não nos reencontramos com alguém com a medíocre ideia de intimidar, menosprezar, banalizar, julgar e padronizar personalidade e caráter. Os reencontros acontecem para unificar, reviver, alegrar, confortar e todos os reunidos ganharem a oportunidade de lustrar a alma, polir o íntimo, tirar o “pó” do tédio, driblar a solidão. Eu diria que, o reencontro ajuda a expandir mais o nosso coração para a vida.

Um reencontro pode ter relação direta com alguns tipos de inusitados de patrimônio: o afetivo, o histórico, e permanente. Mas atenção: o tempo que dura um reencontro pode por mais longo que te pareça, ser insuficiente, pois nele, não há tempo a perder. Por outro lado, o reencontro pode ser breve, mais intenso.

Reencontro afetivo só existe, para pessoas que se amam, que se aceitam como são ou, como se lembram em determinado período no qual conviveram. Não há, nesta situação, cunho de interesse pessoal, maior, do que dar um abraço bem apertado, e poder sorrir de volta com muita gratidão no reencontro deste olhar. Ninguém vai neste momento, te perguntar, se suas contas estão em dia, se você aplicou no CDB ou se vai poder tomar Veuve Cliqcot no Natal. Neste tipo de reencontro, não existe ganhador, perdedor, vencedor, pois ambas as partes ganham o jogo do afeto de poder abraçar, conversar, saber um do outro, das novidades, das possíveis boas notícias ou ainda, de algum revés, para que se compartilhe e para que em total reciprocidade, receba um apoio sentimental. É uma troca onde existem ao menos dois premiados na inteligência emocional.

Reencontro histórico é aquele onde, uma ou mais pessoas, fizeram parte da sua vida, em algum período de tempo, ou na família, ou na escola ou no trabalho ou em tantas outras oportunidades ao longo da tua existência. É aquela pessoa ou aquelas pessoas, que se reencontram para brindar um oi-tudo-bem-você-fez parte-da-minha-vida e, me influenciou positivamente. Este tipo de reencontro, não tem contra indicação, desde que, você seja seguro de quem você é e seja um ser bem resolvido. No reencontro histórico, não há espaço para mimimi, tititi, preconceito, medo, vergonha, pois os proponentes do evento, só estão nele, porque querem de alguma forma, reviver um pedacinho do histórico. Aquela vontade que dá de ver se um tiquinho do passado bacana nos remete a sensações descontraídas, alegres e saudosas (quando já perdemos as pessoas que nos são caras, ao longo da vida, ou por viagem ou por partida).

Reencontro permanente: Você pensa: “Ah! É ele!”, ou, “Ah! É ela!”. É aquela pessoa que marcou tua vida. E que lógico, faz teu coração bater mais forte ou mais rápido. Ah! E bate forte este coração, pois com esta pessoa, que você admira, que você, em termos, “venera”, respeita e gosta. você viveu situações que ficaram na sua cabeça. Risadas das melhores. Afeto genuíno. Pura gratidão. Paz indiscutível. Lutas homéricas e vitórias contundentes. Com esta pessoa ou com estas pessoas você se identifica. Você na tua memória tem gravada uma risada alta e, talvez até uma luz douradinha e saltitante quando soletra o nome da pessoa ou das pessoas que estão neste reencontro. Que te marcaram. Mais que tatuagem. Por isto, estão eternizadas, independente do que aconteça. Você se enxerga, neste reencontro.

Dizem que “a vida é a arte do encontro, embora existam tantos desencontros pela vida”. Pois bem, eu prefiro gastar toda a minha energia para o reencontro, de que me desgastar por algum (des) encontro. 

Um re (encontro) me faz, (re) juvenescer e termino o dia me sentindo MAIS jovem.

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