23/09/2015

É PRIMAVERA...


A natureza em si, cumpre seu destino, desde que não exista a nossa interferência...

A simplicidade do distinto cravo é a resiliência. E ao que sobrevive, com uma beleza ímpar.

Talvez a angústia das rosas se revele nos espinhos e as ansiedades dos jasmins em seus fortes aromas.

A delgada margarida, codinome “olho do dia”, é rica em alegria e luminosidade encantadora.

O conflito silencioso da bromélia é o fato dela ser forte e suave ao mesmo tempo.

A gérbera, gentil espécie com mais de trinta nomes, honra de cultos singelos a luxuosas festas.

O suplício das calêndulas se percebe, nas essências roubadas, presas em pequenos vidros.

No entorno de um girassol, se vislumbra a mandala, e em suas sementes, alimento para um bando de aves.

A acácia amarela, cheia de si, representa um amor secreto e nem ruboriza, enquanto a branca, traduz a elegância.

Quem nunca, na infância, brincou de boca de leão, que atire a primeira pétala.

A dália vermelha, com seus arrasadores olhos, fulmina quem não tiver o mínimo de sutileza.

A frésia te promete calma e proteção, no entanto, a gardênia, esconde um amor secreto.

Se a hortênsia te mantiver indiferente, se deleite na poesia da glicínia.

A sabedoria cabível da íris coroa um terreno inusitado.

Sete hibiscos vivem bem, tatuados na pele que um dia já foi lisa.

Na constância da lavanda, se permitem estar vigorosos lírios.

Orquídeas e narcisos disputam a atenção com sua vaidade “a flor da pele”.

A petúna ainda que ressentida, torce pelo encontro das tulipas com as salvias

Uma violeta se espalha no canteiro da casa, enquanto urzes brancas, rosas e roxas, fazem a festa.

E para coroar este dia, a zínia com certo ar leviano, entoa: É primavera, gerânio...

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