09/04/2014

Especiaria.

A dança que nunca terão, a faz pensar nas mãos dele em sua cintura.
Os olhares que nunca trocarão, a fazem ter saudades do olhar
que inicialmente aparentava ternura.
O sol quente do amanhecer, o faz imaginar que caloroso seria,
se por acaso ela o tocasse em seu rosto, qualquer dia.
O soar da voz dele, lhe causaria uma ruptura, de feitos,
de comportamentos mediadores, de toda etiqueta que perdura.
Os cúmplices distantes, se entendem, após descobertos,
e têm insônia e cedo despertar, e têm o risco do que desejar.
O desejo é sempre uma dádiva, mas também é um revés,
ao mesmo tempo que alegra, deixa uma sede, quando afogado.
Deixa o ser inebriado e sua boca com secura.
Deixa o corpo dormente e a mente em intensa loucura.
É uma armadilha da mente, cujo réu confesso,
clama latente por esta descompostura.
É como uma especiaria forte, canela ou pimenta,
que invade nosso sentido individualmente.
Se realizado sossega, se deixado de lado, atormenta.
Enquanto o silêncio durar, nada ira mudar.
A especiaria estará a salvo, em seu despertar.



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